Sexta-feira, 15 de março de 2024 - 11h29
O Memorial
Rondon é um importante espaço que preserva e conta a História do estado de
Rondônia, principalmente a que está ligada ao próprio Marechal Cândido Rondon.
O local, mantido pelo Governo do Estado, sob a coordenação da Superintendência
de Turismo (Setur), abriga em seu acervo uma série de artefatos que remontam à
trajetória de Rondon, importante personagem brasileiro, responsável pela
integração das regiões mais remotas do país por meio da telegrafia.
Segundo
o administrador do museu, Antero da Trindade, profundo conhecedor da história
de Rondon, “uma das peças que mais chamam a atenção, dos muitos turistas que
visitam regularmente o Memorial Rondon, é a réplica da antiga estação
telegráfica, utilizada pelo Marechal em suas expedições”, explicou. O local já
recebeu mais de 121 mil visitantes, como a artesã Maria da Silva Lima, de 72
anos, que nasceu em Pauini no interior do Amazonas, e veio com as irmãs
conhecer o Memorial. A artesã teve a oportunidade de apreciar de perto esse
curioso equipamento, originário de uma das muitas estações telegráficas
montadas por Rondon.
Criada
nos seringais, a visitante se emocionou ao encontrar no acervo uma “poronga”,
que pode inclusive experimentar e reviver os tempos de infância. “Isso aqui é
uma espécie de luminária, uma lamparina que nós seringueiros usávamos na cabeça
para percorrer as estradas da seringa no interior da Floresta Amazônica. A
gente fazia a “poronga” com latas de óleo, e usava querosene e até óleo de
copaíba como combustível”, relatou a artesã Maria da Silva.
CURIOSIDADE
A
estação telegráfica usada por Rondon funcionava utilizando o Código Morse, que
é um sistema de codificação de letras, números e sinais de pontuação. No caso
da estação telegráfica, os sinais sonoros têm diferentes comprimentos de pulsos.
Os operadores da estação telegráfica enviavam mensagens digitando o Código
Morse em um teclado especial, que convertia as letras e números em sinais
elétricos, os habitantes locais o apelidaram de “língua de Mariano”. Esses
sinais que eles ouviam, eram então transmitidos através de cabos telegráficos
ou ondas de rádio para outras estações telegráficas, onde eram decodificados de
volta para letras e números. Dessa forma, as mensagens podiam ser enviadas e
recebidas de forma rápida e eficiente, permitindo a comunicação à distância
entre as diferentes partes da expedição de Rondon.
ACERVO HISTÓRICO
O
Memorial Rondon conta com uma variedade de objetos e documentos históricos, que
ajudam a contar a trajetória de Rondon e a formação do estado de Rondônia. São
fotografias, cartas, instrumentos de trabalho, além de outros objetos, que
mostram a importância desse personagem para a História do Brasil. A mais
recente aquisição é um conjunto de equipamentos de radiocomunicação, cedido
pelo Exército Brasileiro, e que agora integra o acervo do Museu.
Para
o governador de Rondônia, Marcos Rocha, a manutenção desse rico acervo é
importante porque remonta à História de Rondônia, e foi fundamental para o
desenvolvimento do Estado. A comunicação e a integração do território
brasileiro foi uma das principais realizações de Rondon
SERVIÇO
O
Memorial Rondon funciona de terça-feira a domingo, das 10h às 16h, na Estrada
Santo Antônio, n° 4863, em Porto Velho. As visitas são guiadas em parceria com
a 17ª Brigada de Infantaria de Selva, que cede soldados como monitores para
receber os turistas e visitantes.
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