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Projeto Cinema e Direitos Humanos na Justiça Itinerante foi levado ao Baixo Madeira

Filmes ajudaram a discutir temas importantes para as comunidades


Projeto Cinema e Direitos Humanos na Justiça Itinerante foi levado ao Baixo Madeira - Gente de Opinião

Realizado pela primeira vez na Justiça Itinerante de 2015, o projeto Cinema e Direitos Humanos aos ribeirinhos voltou a acontecer nessa edição da JRI, propondo discussão e conscientização sobre temas importantes para as comunidades a fim de instruir e educar sobre direitos essenciais dos cidadãos por meio do audiovisual, uma ferramenta de entretenimento, mas que pode mobilizar com histórias de ficção, documentários e até animações. A execução é da equipe de comunicação do Tribunal de Justiça de RO em parceria com a equipe Nupemec - Núcleo Permanente de Solução de Conflitos.

“Os filmes trazem à todos reflexões sobre as questões humanas e conflitos, o que pode render boas oportunidades de orientar e responder os questionamentos da comunidades”, explica Johnny Gustavo Clemes, juiz auxiliar da Corregedoria, que lembrou que a juiz Sandra Silvestre aproveitou bastante a ferramenta para falar sobre violência doméstica, quando participou dos debates na primeira edição do projeto.

Como naquela versão, os filmes, geralmente de curta duração, são apresentados em espaços consagrados das localidades, e após, os temas são discutidos, com a participação da plateia e de magistrados que acompanham a operação. Dessa vez, o projeto teve a valorosa participação de psicólogos e assistentes sociais do Núcleo psicossocial do Tribunal de Justiça, que entre outras funções, fizeram intervenções pontuais e importantes sobre os temas tratados.

Outra renovação do projeto foi a possibilidade de verificar junto a comunidade os temas de maior necessidade, definição que foi feita pelas equipes em parceria com lideranças comunitárias.

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Em Calama, por exemplo o tema mais latente foi a questão de abuso sexual. Por isso o filme escolhido para a exibição foi o documentário “Precisamos falar sobre assédio”, da documentarista Paula Sacchetta. Trata-se de um experimento social onde, durante a semana da mulher, uma van-estúdio parou em nove locais em São Paulo e no Rio de Janeiro para coletar depoimentos de mulheres que já foram vítimas de algum tipo de assédio. Os relatos de mulheres de 15 a 84 anos, de zonas nobres ou periferias das duas cidades, que nada têm em comum além de terem sofrido alguma violência, ajudam a explicar quais os tipos de violência e de que forma impactam na vida das mulheres.

Na exibição realizada na escola General Osório, professores preocupados, relataram casos de adolescentes que sofreram abusos e que acabaram buscando refúgio na escola. Os juízes Audarzean Santana, coordenador da JRI e a juíza convidada Lívia Beck, do TJ de Santa Catarina, orientaram os profissionais sobre procedimentos e saídas para situações como essa. O debate demonstrou a preocupação com a situação de estudantes que enfrentam situações de abusos.

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Em Nazaré três filmes foram exibidos, uma animação, uma ficção e um documentário, com temáticas como racismo, questionamento sobre padrões estéticos, diversidade de identidade, bullying e violência doméstica, este último demonstrando o histórico da Lei Maria da Penha pela própria história emblemática sofrida pela professora universitária.

Um dos destaques foi o filme “Ela mora logo alí”, de Fabiano Barros e Rafael Rogante, que acabou de ser premiado com três kikitos no festival de Gramado.

O curta mostra uma humilde e ambulante vendedora de bananas fritas que tem sua rotina alterada ao conhecer uma jovem leitora no ônibus no caminho de volta para casa. A partir desse momento, a vendedora inicia uma nova jornada de descobertas, sonhos e o desafio de encontrar o livro preferido de seu filho. As temáticas da inclusão e letramento estão latentes, o que trouxe inspiração para os estudantes e também identificação, pois a personagem, assim como os alunos da escola em Nazaré, também vive às margens do Rio Madeira.

Nesta sessão, além dos profissionais do Núcleo psicossocial, estiveram presentes no debate, o corregedor Geral da Justiça, José Antônio Robles e o juiz auxiliar da corregedoria, Johnny Gustavo Clemes, as juízas Jordana Onochic, que assumiu a coordenação da JRI na segunda etapa da operação e a juíza Lívia Beck.

“O estudo é muito importante, é o melhor caminho para vocês conquistarem os sonhos de vocês”, aconselhou o corregedor depois de dar seu depoimento sobre a importância da educação e dos professores em sua vida.

São Carlos

No Distrito de São Carlos, as temáticas trabalhadas nos filmes foram relacionadas ao racismo, autoestima, autoimagem, questões que podem gerar bullying e também problemas psicológicos de aceitação nos estudantes, levando a casos mais extremos de mutilação pelos próprios adolescentes.

No debate, a professora Ana Maloney fez um relato recente vivido pela turma, ao participar do Joer. “Eles nos contaram que outros estudantes tentavam diminuir os estudantes do baixo madeira, chamando-os de “beiradeiros”, num tom pejorativo, o que não conseguiram porque a equipe não deu crédito às provocações e ainda ficou em quarto lugar em 30 equipes que disputavam a categoria de futsal”, contou.

Os alunos confirmaram o relato e se sentiram mais fortalecidos com os filmes trazidos pelo projeto.

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