Segunda-feira, 16 de maio de 2022 - 19h28
Valentina Baranovskaya, 70
anos, é uma aposentada que gosta de cozinhar e escrever música e poesia. Em
fevereiro de 2021, recebeu uma sentença sem precedentes e foi condenada a 2
anos de prisão. Qual o crime de Valentina? Acreditar em Deus, falar de sua fé com outros e se
reunir com amigos.
Infelizmente, esse caso não é o único — muitos
outros cidadãos russos pacíficos
estão sendo detidos por causa de sua fé. Há 5 anos,
as Testemunhas de Jeová são Valentina alvo de perseguição
cruel e implacável pelas autoridades na Rússia. Baranovskaya
Até 22 de abril de 2022, 620 membros
desse grupo foram acusados criminalmente; 88 estão presos; 24 estão
em prisão domiciliar; e mais de 1.750 buscas foram realizadas
por autoridades fortemente armadas nas casas de Testemunhas de Jeová. Em muitas
dessas buscas os oficiais apontam armas para as cabeças delas — inclusive
crianças e idosos — e utilizam de violência e tortura.
As acusações contra as Testemunhas de Jeová têm
sido feitas com base no artigo 282.2 do Código Penal da Federação Russa,
aplicado a atividades extremistas e terroristas. Nos processos, porém, não há
crimes de ódio nem vítimas. Mesmo assim, severas penas continuam a ser
aplicadas a essas pessoas inofensivas.
Condenações duríssimas contra pessoas pacíficas
Por exemplo, Anna Safronova (56 anos),
que antes de sua prisão, era o único apoio para sua mãe de 80 anos, recebeu uma
condenação de 7 anos por ser Testemunha de Jeová. Para comparação,
o Código Penal da Federação Russa prevê de 3 a 6 anos de prisão por estupro e 6
anos de prisão por assassinato premeditado.
Oficiais tentam justificar suas ações com base na
proibição da entidade jurídica das Testemunhas de Jeová, que ocorreu em abril
de 2017. A decisão que se refere às organizações jurídicas, não deveria afetar
o direito de adoração individual e
coletiva, assegurado pela Constituição da Federação
Russa. O próprio plenário do Supremo Tribunal da Federação Russa, em 28 de
outubro de 2021, decidiu que os serviços divinos das Testemunhas de Jeová, sua
realização conjunta de ritos e cerimônias, por si só, não constituem crime nos
termos do art. 282.2 do Código Penal da Federação Russa, apesar da liquidação
de suas entidades legais.
De que forma a
comunidade mundial vê a situação?
Diversas organizações
internacionais1 tem expressado sua
repulsa e desaprovação contra os atos de violação básica do direito à liberdade
de crença praticados por autoridades na Rússia.
Em 22 de fevereiro de 2022, a Corte Europeia dos Direitos Humanos2 emitiu duas
decisões a favor de quinze Testemunhas de Jeová e condenou a Rússia por violar
direitos fundamentais à liberdade de religião.
Em março de
2020 3, o Conselho Permanente da Organização de Segurança e Cooperação na
Europa (OSCE) e a União Europeia emitiram uma declaração conjunta condenando as
autoridades russas: “A União Europeia continua profundamente preocupada com a
situação das Testemunhas de Jeová, que enfrentam perseguição sistemática na
Rússia . . . Estamos muito preocupados com os recentes relatos específicos de
tortura e outros maus-tratos de várias Testemunhas de Jeová que estão na prisão.”
Sem
lutar, as Testemunhas de Jeová continuam a suportar perseguição com coragem
Andrey Andreyev, um pai de família que cumpre 4 anos e 6 meses de prisão, disse em suas últimas palavras no tribunal: “Um ano e 7 meses em um centro de detenção preventiva não me endureceu. Orei diariamente para que eu pudesse manter o amor a Deus e ao próximo. Não tenho ressentimento, nem raiva, muito menos ódio por ninguém.”
Nataliya Prilutskaya, da Anistia Internacional, reforça a
importância da população mundial tomar conhecimento do que tem acontecido na
Rússia. “Nestes cinco anos, esses religiosos demonstraram sua força, coragem e
paz diante da perseguição em curso. Suas histórias precisam ser divulgadas mais
amplamente fora da Rússia: nas câmaras de debate dos parlamentos e das
organizações internacionais, nos programas de TV e no cinema, nas redes sociais
e nas páginas de livros”, defende Nataliya. “Compartilhem as suas histórias com
a sua família e seus amigos, abordem-nas com o seu representante político
local, escreva sobre elas nas suas redes sociais — tudo isso poderia contribuir
para restabelecer a justiça e ajudar a parar a acusação contra as Testemunhas
de Jeová na Rússia”, completa.
As Testemunhas de Jeová são uma religião cristã composta
por mais de 8,5 milhões de pessoas no mundo e legalmente reconhecidas em mais
200 países. Na Rússia, em 2017, havia 175 mil Testemunhas de Jeová. Por detrás
dos dados não se vê apenas um número — mas sim pessoas que perderam o direito
de praticar sua religião e passaram a conviver com o medo diário de repressão.
Esses cidadãos esperam que seus direitos individuais sejam respeitados. Esse é
um desejo partilhado por qualquer ser humano livre do século 21.
Em
julho de 2020, Valentina, citada no início, sofreu um derrame. Ela conta:
“Quando minha saúde piorou, ficou bem claro para mim que Jeová4
estava do meu lado. Eu fazia muita oração e era como se Jeová me carregasse em
seus braços. Senti uma paz e uma calma muito grande. É difícil até de explicar.”
Depois de tudo que Valentina passou, ela diz: “Estou decidida a servir ao nosso
Pai por toda a eternidade e a continuar fiel a ele não importa o que aconteça
em minha vida.”
Passados 5 anos, as Testemunhas de Jeová russas continuam
determinadas a continuar enfrentando a opressão com coragem e paciência. Elas
confiam na promessa de Deus, registrada no livro bíblico de Isaías, capítulo
54, versículo 17: “Nenhuma arma fabricada contra você será bem-sucedida.”
Informações
citadas no artigo:
World community reacts to the
persecution of Jehovah's Witnesses in Russia? (jw-russia.org) 2
CEDH diz que a Rússia violou direitos e liberdades das
Testemunhas de Jeová (jw.org) 3
Autoridades europeias condenam a perseguição às Testemunhas de Jeová na Rússia (jw.org) 4
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