Domingo, 20 de dezembro de 2009 - 20h54
AMAZÔNIA:
BRASIL IGNORA O MAIS IMPORTANTE
BANCO GENÉTICO DO PLANETA (IX)
Roberto Gueudeville
Quando o Brasil aboliu as Capitanias Hereditárias, com a efetiva participação de Pombal (Sebastião José de Carvalho e Melo, Conde de Oeiras, nascido em Lisboa, com avó brasileira), Portugal criou dois governos, depois, só um. Todas estas ações, impostas pelo Estado, constituem a prova da fragilidade de duas instituições brasileiras – o Povo e a Nação, ambas interdependentes. Não haverá nação sem povo. O contrário também vale.
Aprendi com Henry Maksoud, em São Paulo, então dono do Grupo Visão e da poderosa Hidroservice, cujo guru era o filósofo Hayek, muito sobre cidadania. Homem também de televisão, alimentava um programa altamente educativo, em que sempre condenava os excessos do Estado brasileiro. Muitos o achavam chato. Aqueles adeptos do deixar como está para ver como é que fica abominavam-no. Sob a tutela do Estado opressor (é pleonasmo) o Brasil foi tomando forma, antes ditada pela Europa, até quando D. Pedro I se irritou e disse “ao povo que fico”. Era um homem temperamental. Detonou a primeira constituinte do país (1823) usando dois canhões à porta da Assembléia. Daí nasce a eterna dependência do poder Legislativo, no Brasil, sempre ajoelhado diante do Executivo (trabalhei um ano no Senado como jornalista(1975), pedi demissão). Enquanto o Judiciário, dando uma de vestal, mantém, a todo custo, pelos séculos afora, uma justiça lenta, corporativa, caduca no uso da lei e que dedica absoluto desrespeito ao cidadão, notadamente aos pretos, pobres e putas, não há como reformar isto!
Então se o Estado incorpora todos esses males, como queríamos demonstrar, nosso processo democrático é uma grande mentira, não existe POVO BRASILEIRO. Se existisse, haveria democracia plena e respeitável, democracia vem do grego – “demo = povo/cracia = governo”. Sem “demo”, povo, o governo governa para si próprio, fazendo o mensalão e outras barbaridades, com absoluta e plena tolerância do presidente da Republica e os chamados 3 Poderes. É o declínio moral e funcional do homem público.
De onde se conclui que não existe POVO BRASILEIRO, temos grandes aglomerados de pessoas e, conseqüentemente uma Nação ainda embrionária, capenga, frágil, imberbe e mambembe, vítima de achincalhados poderes usurpados pelo Estado “democrático” totalitário. Tanto isto é verdade que, poucas vezes, o povo aparece na história do Brasil. O país foi organizado para ter mão de obra, não há povo. Nós construímos (ou nos foi dado) um Estado contaminado de pecados como a corrupção, com a preguiça, a demagogia e a mentira, a burocracia e a injustiça que só atingem os pobres. O dinheiro é idolatrado e aqueles que o têm fazem o impossível para multiplicá-lo. Sem limites! Voltamos a estatizar! Com a proteção da lei! Agora, para defendê-lo, a economia...
O TESOURO SERÁ SAQUEADO SEMPRE
A grande maioria dos componentes dos 3 poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário (90%) não tem nenhum compromisso com o Brasil, o que implica em afirmar que a democracia brasileira é uma pantomima. A chamada soberania popular (Art. 1º da Constituição) permanece uma mentira sucessivamente repetida que faz perecer uma verdade (Goebels). Só parece. Os Deputados, Senadores, Vereadores, Governadores e Prefeitos, cognominados de representantes do povo, representam tão somente eles próprios. A gente brasileira se omite ou o Estado a afasta dos grandes acontecimentos nacionais. A independência do Brasil foi um ato isolado; a proclamação da República foi um golpe do militar Deodoro da Fonseca, com uma tropa descalça. A abolição da escravatura foi outro ato isolado que D. Pedro II postergou até o limite. As reformas educacionais no Brasil desnacionalizaram o sentimento cívico nas escolas. Pouca gente sabe cantar o Hino Nacional. Hino à Bandeira, nem pensar. O retrato é preocupante.
Os governantes jamais agem como servidores dos governados, mas como seus patrões, com a nossa absurda concordância. Por conseguinte, ainda não existe POVO BRASILEIRO, mas aglomerados de pessoas, seletivas ilhas de riqueza, com acesso a poucos. Se não há POVO, conseqüentemente não há NAÇÃO. O que existe é um Estado que exerce a ditadura da democracia, onde a cidadania é uma promessa que se usa para iludir as pessoas. Isso vale para o Brasil inteiro.
No caso da Amazônia, o estrago é multiplicado por dez. É normal ser corrupto, ser amoral. A gente do norte adora carregar governador ladrão nos ombros, cantando, como vi em Manaus e Belém, várias vezes. A burocracia existe para “facilitar” as dificuldades. Com qualquer R$10,00 um processo sai da gaveta e começa a andar. E para, de novo. Com mais R$10,00, recomeça o seu longo caminho. A via crucis da corrupção é parte integrante daquela gente humilde e mal paga.
Por conseguinte, votar, no Brasil, virou um gesto inútil. Quem quer que seja o ganhador, o tesouro será saqueado. Sempre! Quem não pratica o crime diretamente, o faz usando o prestígio do cargo. A tolerância do Palácio do Planalto e de seu principal inquilino nos assusta, mas é considerada “normal” como “filosofia” do PT, partido que elegeu o Presidente da República. Elegeu e reelegeu. E tentam ainda um terceiro mandato! Banqueiros e trabalhadores o idolatram. Este “milagre” só existe no Brasil!
NÃO QUEREMOS ESMOLAS
Viver em um processo “democrático” onde apenas o presidente decide o que é bom, o que é mau? Recentemente, autoridades da Noruega estiveram em Brasília prometendo US$1 bilhão para ajudar a Amazônia. O governo Brasileiro decidiu criar um “Fundo Amazônia”, administrado pelo BNDES que, consta já ter recebido US$100 milhões. O governo federal não tem o direito de expor o Brasil ao ridículo, pedindo ou recebendo esmola, porque dinheiro a fundo perdido é esmola e falta de respeito. Acrescente-se que um governo que arrecada, por ano, R$1 trilhão, de impostos de um povo sem saúde, sem educação, sem segurança e sem estradas e portos, deveria assumir outra postura. Esta participação do governo da Noruega certamente é bem vinda, mas deveria integrar um Fundo multinacional para a Amazônia criado pelo Banco Mundial/BNDES, conjuntamente com outros países desenvolvidos que têm responsabilidades com a proteção da floresta (PARCERIA), tanto quanto os brasileiros. Se isto ainda não foi feito é porque o Itamaraty, órfão de Rio Branco, permanece alheio aos interesses do Brasil.
Percebemos, então, que todos os males do Estado – opressor, criados na Bahia, Rio de Janeiro e Brasília (capitais) certamente migraram para a Amazônia, onde germinaram com força total, protegidos pelo calor da floresta. São fungos e bactérias da maldade. Na selva, alguns não suportaram. Em Rondônia e Acre, por exemplo, criaram o Santo Daime, adorado pelas celebridades da GLOBO. Eles tomam o chá da ayuasca e conquistam o poder de sonhar, também com um país melhor. Tomara!
Fonte: Roberto Gueudeville (Encaminhado por Sílvio Persivo ao Portal Gentedeopinião).
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