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A Amazônia, o homem e a arquitetura


A Amazônia, o homem e a arquitetura - Gente de Opinião

 Sede da Unir, projeto do arquiteto Luiz Leite de Oliveira /Foto Julieth Freitas Barbosa

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Luiz Leite de Oliveira (*)

Uma surpresa, mesmo sendo uma criação minha.  Já passou muito tempo essa imagem da Universidade Federal de Rondônia (Unir) em Vilhena.

Reflito. Essa foi a minha primeira obra de arquitetura, de 1979/80 em Rondônia. Eu estava recém-formado na UnB. Voltei para trabalhar aqui, como arquiteto, urbanista, e pensador, na minha terra, Aqui teria chance, esperava...

Mas, pouco fiz. Depois de concebida e construída essa obra ficou, um tanto significativa e de estilo, com o devido conforto ambiental. Algo inovador.

Falam que sua arquitetura parece com um castelo alemão ou de grande modernidade brasileira. Pelo estilo. Mas, por ser estilizada, diferente, dificilmente se percebe o "V" de Vilhena e a palafita cabocla.

Simplesmente, ela foi inspirada em nós mesmos. Quando construída, infelizmente foi eliminada sua urbanização, seu entorno, de convivência, como queria.

Era assim: a paisagem ainda verde, em escala gigantesca, diferente, incorporando as matas, talvez o Cerrado, de tonalidades indescritíveis. As superfícies brilhantes dos igarapés, rios, corredeiras e lagos, que refletem a magia de um universo todo especial. Palafitas de longas pernas à espera das enchentes, de peixes, que sobem os rios em cardumes, índios, o caboclos...

Ah! As chuvas torrenciais... Grito dos animais, até seu eco se perder, mata adentro. Canoas que deslizam calmas pelas águas claras, escuras, escuras e transparentes, como a incorporar a natureza amazônica.

Na minha arquitetura ainda vê-se essa natureza, tão pouco valorizada, mas profundamente agredida. Arquitetura que deve refletir valores, compromissos e, porque não?, o respeito à simplicidade desta monumental Amazônia – passado, presente e suas origens. Uma arquitetura que não agrida a personalidade do caboclo, que não machuque a natureza. Uma arquitetura que tenha compromisso com a simplicidade de cabocla e com a exuberância, o exotismo da sua terra elegante e perfeita.

Uma terra, onde um dia, por exemplo, passou uma estrada de ferro com o nome de Madeira-Mamoré, que deixou suas marcas impressas no trabalho de um arquiteto.

(*) Arquiteto e urbanista. Presidente do Conselho de Administração da Associação dos Amigos da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré

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