Quarta-feira, 21 de novembro de 2012 - 05h07
LUIZ LEITE DE OLIVEIRA
Arquiteto
As monumentais Oficinas Ferroviárias construídas no período 1908/1912 no pátio ferroviário em Porto Velho são tombadas desde 2005 pelo Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pela Constituição do Estado de Rondônia, em 1988. Das poucas edificações que restaram do espaço original, ali estão o girador de locomotiva, a rotunda e outras peças inteligentes listadas entre as peças ferroviárias mais importantes da América Latina nos anos 1920.
Há algum tempo essas instalações e edificações legendárias que compõem o acervo do pátio ferroviário vêm sendo mutiladas e desfiguradas, para serem desviados de suas verdadeiras funções, não só nos oito quilômetros iniciais, mas em toda a extensão da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM).
Deveriam ser respeitadas pela sua importância histórica, como determina o seu tombamento (1220-T-87), ou seja, protegidas e utilizadas, conforme determina a lei. E as intervenções, quando ocorressem, deveriam ser feitas com maior responsabilidade. "É dever do poder público federal zelar pela integridade do referido bem e de sua vizinhança", diz a Portaria 231/07. Dessa forma, essas peças devem ser reconstituídas, restauradas. essa é a regra para monumentos nacionais tombados.
Lamentavelmente, nada disso ocorre em Porto Velho. Em nome da "revitalização e do progresso" permitem-se ações criminosas. Ultimamente, a transformação do pátio em espaço para eventos resulta em monstrengos pouco aceitáveis para área tão nobre e histórica: shows carnavalescos, funk, halow in, outros shows no estilo "mulher melancia" etc. Certamente, as companheiras dos ferroviários que edificaram a EFMM não se sentiriam bem com tamanho desacato.
"Dança" o sonho da reativação da ferrovia, pois tudo pode acontecer a partir de 2013. O que restou da nossa lendária EFMM passa por um processo de maquiagem, com descaracterização avalizada pelo próprio Iphan. Além disso, numa ladainha que já vimos repetindo há pelo menos dez anos, nos queixam os do desaparecimento de peças do acervo, anteriormente salvas pelo tombamento. Ou seja, os mentores da transformação desfiguraram pisos originais, substituíram seus fechamentos e coberturas de zinco e ferro, aterraram e fizeram desaparecer trilhos, máquinas, rodados, tubulações e outros equipamentos que ainda restavam naquele espaço. Imaginem, essas operações ganharam "pareceres" favoráveis, em nome da tal revitalização. Ou seja, tudo foi brutalizado.
É possível crer que a instituição protetora e responsável pelo tombamento foi desmontada pela "cumpanheirada" indicada politicamente para aquele órgão, em atendimento às acomodações partidárias que às vezes são desastrosas.
Em 1992 a Associação Amigos dos Amigos da Madeira-Mamoré impediu a transformação do pátio em "shopping cultlural". Infelizmente, 20 anos depois o plano maquiavélico retorna por meio da ação de políticos pouco dispostos a respeitar a história e a memória das pessoas.
Esse mesmo shopping volta à cena, apenas com uma diferença: vem sendo tocado em pleno período democrático. Horripilante!
Espero que a presidente da República, Dilma Roussef, a presidente do Iphan e a ministra da Cultura fiquem de olhos bem arregalados para perceber a fraude, a gestão fraudulenta e a ação dessa equipe de "especialistas" em patrimônio, facilitada por uma intervenção criminosa na EFMM.
Sofrendo atualmente forte amnésia, esse mesmo Iphan irreleva o tombamento feito nos anos de 1980, período em que lutou bravamente pela efetiva proteção, reativação e utilização (leia-se: reativação) da EFMM, nossa ferrovia honrada agora manipulada e sujeita à prática de crimes inomináveis contra o maior patrimônio histórico ferroviário brasileiro, em Rondônia.
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