Sexta-feira, 4 de outubro de 2019 - 14h18
O mundo
apenas quer que não derrubem a floresta da Amazônia em 2019, mas não se
interessa pela soberania do Brasil. O mundo, apenas quer que não destruam a
ferrovia que mais de 52 nacionalidades construíram. O mundo não sabe que tem
outro tipo de destruição, pela água represada por hidrelétricas.
No ano de 1971, o mundo Inteiro volta seu olhar
para a região do alto Madeira e a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM), que
estava com seus dias contados para desativação e extinção. Seria o temível e
doloroso fim, em plena ditadura militar.
O fotógrafo alemão Claus Dieter Bandilla, da
Biblioteca Nacional da Áustria, e o escritor Joe J. Heydecker, cá estiveram
antes do fim. Aquele olhar estrangeiro.
O mundo pede responsabilidade para os brasileiros,
para cuidar do meio ambiente, mas essa soberania do povo o governo federal não
faz respeitar. Quando na sessão anual da Organização das Nações Unidas, em 24
de setembro, o governo parece não aceitar a destruição do meio ambiente na
Amazônia.
Com seu nacionalismo hostil, Bolsonaro dispara,
mesmo após ter falado na ONU que não recua sobre a Amazônia. Está n’O Globo:
“F a l á c i a dizer que o patrimônio da humanidade é o pulmão do
mundo...”
Cada vez mais, o Brasil é um país pouco sério.
Isso deixou a todos preocupados.
ÁGUA E FOGO
DESTROEM
O Brasil em chamas, céus cinzentos, céus de
Rondônia, destroem a bacia do rio Madeira, devastam a floresta que é torrada e
represada pelas hidrelétricas Jirau e Santo Antônio.
Cumprem uma agenda política de governadores,
prefeitos, deputados, senadores, instituições do meio ambiente, Iphan, SPU,
Curadoria de Meio Ambiente, órgãos que deveriam ser protetores, já que são
responsáveis pela conservação ambiental diante do ataque da motosserra.
Água, água, fogo, fogo... todo tipo de devastação.
E se intensificou tanto, um céu escuro, cinzento,
fumacento.
DESMONTE DA
MÁQUINA PÚBLICA
A fraude é viabilizada, com forte aparato e
aparência de legalidade. Autoridades adulteram, transgridem e permitem que se
viabilizem as hidrelétricas, e elas logo são construídas em local proibido por
lei, depois da sequência de inconstitucionalidades.
““... Não há dúvida: esses políticos ofereceram
aos ribeirinhos, indígenas e caboclos a ideia que o vultoso empreendimento
hidrelétrico proporcionaria o progresso para a região. Hidrelétricas do
Madeira. Usinas já – quantas vezes ouvimos essa palavra de ordem. Foi a
propaganda vendida por ex-honoráveis representantes – não sei se bandidos –,
entorpecendo a cada semana a sofrida população de Rondônia.
E mesmo o povo, mantendo-se indiferente ou
frontalmente contra o plano de construção das barragens, elas vieram sob forte
maquiagem e orquestração para a suposta legalidade de uma situação inaceitável,
parte integrante do ilusório a que chegamos. [Carta Manifesto ao presidente do
Brasil, em 2012].
MUITO SE TEM
FALADO
Soberania. Há muito tem se falado e abordado esse
tema. Está assegurada a proteção do que ocorre na região do alto Madeira, no
extremo-oeste da Amazônia, em função do meio ambiente e da EFMM, a ferrovia a
vapor mais importante do mundo no começo do século 20.
O processo de desenvolvimento se estabeleceu entre
Porto Velho e Guajará-Mirim por mais de meio século de sua importância
econômica e política. Cumprindo o seu papel de soberania, está protegida por
leis de Tombamento Nacional e do Estado de Rondônia.
Verifica-se que é o papel dos guardiões de
soberania é assegurado pela Constituição de Rondônia pelas leis de proteção e
tombamento nacional. E isso é o suficiente?
Ocorreu uma inversão de valores. Quando no início
deste milênio, precisamente, partir de 2006, instala-se outro megaprojeto na
região.
O inverso ocorre 100 anos depois da EFMM: outro
megaprojeto, a construção das hidrelétricas Santo Antônio e Jirau tem outro
objetivo, também na região do alto Madeira. Na prática, esse empreendimento,
aliás um golpe traiçoeiro contra as raízes e o meio ambiente, e contra as
populações nativas, fora arquitetado por um grupo de empresários, prefeito,
governador e outros políticos de Rondônia.
Instituições por eles controladas permitiram um
clima estranho, como se estivéssemos em estado de desordem, estado policial, em
desordem administrativa. Falsificaram e adulteraram leis que protegiam o
patrimônio brasileiro, a soberania.
De maneira adredemente planejada, esses anos de
corrupção até hoje revelaram descaradas intervenções.
Corromperam, roubaram, destruíram a maior
referência ou legado ferroviário brasileiro.
Por quê? Com raras exceções, a fim de fazer
prevalecer interesses obscuros. Indiferentes, envolveram instituições
honradas. Estamos nos referindo, sim, às
instituições ambientais: Iphan, SPU, Curadoria de Meio Ambiente do Ministério
Público Federal, e de forma abusiva, os gestores dessas honrosas instituições
se renderam a interesses ocultos. Por isso mesmo este País se apequenou com o
despreparo técnico de pessoas para cargos de suma importância, essa é a causa do
desmonte da máquina pública.
Lei 1776: O GOVERNADOR DO ESTADO DE RONDÔNIA: Faço
saber e a Assembleia Legislativa Decreta e
eu sanciono a seguinte Lei...”
Na contra mão, com o aval do Iphan, SPU, Prefeitura
de Porto Velho, Curadoria do Meio Ambiente, as hidrelétricas se apropriaram
do Tombamento e Proteção do Meio
Ambiente e da Madeira Mamoré. Assim se destruiu solenemente esse patrimônio,
submergindo a lendária ferrovia e o meio ambiente na região do alto Madeira.
Tombaram as hidrelétricas Santo Antônio e Jirau.
Eis que...
Na Calada da Noite, pariram a Lei 1776/2007. Muito
louco, mas para o Iphan, SPU, Prefeitura de Porto Velho e Curadoria do Meio
Ambiente), o pedido de Tombamento do Complexo para a EFMM teve uma relação
inversa, no processo da física, invertido com a chamada Lei Cassol.
Essa desafetação da Constituição de Rondônia, que
é impossível, junto com o Tombamento Federal, beneficiou e inverteu os valores.
Assim, tudo leva a crer que as instituições de meio ambiente trabalham contra o
patrimônio histórico nacional em Rondônia.
REVELAÇÃO
TARDIA
Considerando os depoimentos do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e da ex-presidente Dilma Rousseff, pressionados para
construir essas usinas hidrelétricas; dos diretores de Furnas, Odebrecht,
empresários, políticos ex-governadores, todos os que fizeram a lei 1776/2007
rasgaram na calada da noite a Constituição de Rondônia – Lei Ivo Narciso
Cassol, Alex Testoni, Neodi Carlos.
Promulgada silenciosamente, sua existência foi
revelada durante reunião realizada em Porto Velho, em 9 de março de 2012, cinco
anos depois. As usinas já estavam praticamente construídas com o aval de
apoiadores membros do movimento Usinas já.
Quando no início deste milênio, precisamente, a
partir de 2006, instalou-se outro megaprojeto na região.
E o que está por trás de uma ação criminosa,
planejada, viabilizada estrategicamente para aquisição, na ilegalidade, de
terras públicas da União protegidas por leis ambientais e tombamentos.
São ações ardilosas que alimentam um comércio
escandaloso. Houvesse justiça, qualquer governo não condizente com a legalidade
seria posto abaixo.
...ÁGUA
SUJA, TABATINGA É AQUI?
Em nenhum momento a AMMA se valeu da situação
pessoal da funcionária acobertadora da instituição honrada de meio Ambiente.
Ela fora demitida a bem do Serviço Público por corrupção, pelo Sr. Procurador
da República Rodrigo Janot.
Tal servidora fora reintegrada por força de uma
liminar na Justiça em Rondônia. Só um detalhe: no meio ambiente. Manteve-se em
estratégica posição, ao passo que os assuntos desse âmbito, no mínimo, deveriam
ser tratados por pessoas idôneas.
Logo no meio ambiente?
As águas subiram, na região do alto Madeira, ficou
submersa a EFMM nas áreas vizinhas a Jirau e Santo Antônio.
Quando foram subir as cotas, quem se encontrava em
posto-chave no Serviço Geológico do Brasil?... o mesmo servidor que, ao ser
demitido, foi levado (nepotismo) como
contratado por outro beneficiado na
“revitalização”.
Junto foi o arquiteto do Iphan para a Prefeitura, favorecendo
a aprovação, contra a Lei, de pareceres.
“No peito e na raça para destruir a Ferrovia do
Diabo fizeram pior do que na ditadura”
Jirau destruiu toda a região do Mutum-Paraná, deu
fim a todo acervo ferroviário: trilhos, caixas-d’água, vagões, tróleis,
pontilhões e via permanente. Tudo ficou inevitavelmente submerso na via
permanente.
Depois de destruir, essa Jirau esperneia para não ser
responsabilizada pela tragédia ocorrido após o aumento da cota. E até pode
ficar impune, uma vez que os guardiões da Constituição e dos direitos difusos
da sociedade baquearam no desempenho da Curadoria do Meio Ambiente do MPF.
Nessa inversão de valores na qual as hidrelétricas
seriam tombadas, espera-se o cumprimento do papel constitucional.
Infelizmente, não vem sendo permitida a
participação da AMMA nas audiências na justiça. Lá dentro ficam as instituições
de “proteção” ao meio ambiente e as hidrelétricas.
Burocratizaram sob todos os aspectos, ao criar um
arremedo de preservadores, mendigos fantasiados de ferroviários, dispostos a
tudo, até mesmo a embolsar miseravelmente apenas alguns trocados.
Esse grupo
criado pelo gerente do SPU se faz passar por ferroviários e soldados da
borracha, armou seus argumentos, e terminou confundido com aqueles que
preservam de verdade; eles não possuem identidade, porém, insistem se passar
por defensores de causa.
Pasme, um
dos seus dirigentes fez parte da lista de carrascos do bairro Baixa da União,
apesar das centenas das denúncias feitas no MPF, a respeito de crimes brutais
contra o meio ambiente.
Não é de hoje, que algumas instituições que
controlam o meio ambiente e patrimônio histórico, tiram proveito, através de
gestores colocados nos cargos pelo surrado método do “aparelhamento”.
Só que lá,
eles se deixam seduzir pelo canto da sereia e se corrompem no cargo ocupado,
agarrando-se ao controle das terras pertencentes à União.
Com a construção das hidrelétricas, a Prefeitura
de Porto Velho se beneficiou muito. A herdeira que não brinca em serviço se
aproveita de uma ilegalidade não apoiada pela população. É de se considerar,
evidentemente, que o abuso de autoridade parte dos gestores de instituições
ambientais.
Na condição de cidadãos, exigimos esclarecimentos
sobre os erros graves a exemplo da
Candelária e seu cemitério internacional, onde repousavam diversas ossadas
arrastadas ribanceira abaixo, rumo a igarapés, por tratores da prefeitura, em
idêntica destruição ocorrida no pátio ferroviário, na via permanente, na orla do Rio Madeira, e na submersão da
ferrovia a vapor mais famosa do mundo no século passado.
Faz-se de tudo contra o patrimônio tombado: o
aterro malfeito, a destruição de sítios arqueológicos, históricos e ambientais,
onde havia árvores centenárias vítimas de queimadas e do corte indiscriminado.
A Candelária como dói! fora loteada em toda a sua
extensão por empreendimentos imobiliários, em desrespeito à soberania.
O mundo tem direito de se preocupar com a
destruição amazônica, porque o Brasil ainda não se dá o devido respeito.
AGONIA
Vemos a
agonia do Patrimônio Histórico e do Meio Ambiente de Porto Velho.
“Mais uma
estrela no céu azul da União” fez parte do slogan publicitário que fazia atrair
e impulsionar gente de toda parte do Brasil. Queriam saber que estrela era
aquela.
E a cidade
de Porto Velho, a maior do velho território federal e ainda a maior do estado,
sempre cosmopolita, acolhedora, teve a ambição legítima de ver sua gente feliz.
Eram
pessoas que sonhavam com essa condição de estado e não mais tendo que engolir
administradores de fora, desconhecidos. Uma cidade ansiosa em que seus filhos
pudessem dirigir e ser donos de seu próprio destino.
“O orgulho
das nossas coisas, os prédios públicos de alto padrão, o direito de ter um
trem, os ecossistemas, o porto onde chegavam e saíam navios, o aeroporto no
Bairro Caiari, tudo ainda um consenso”.
No entanto,
outra realidade viria, era um consenso. Afastando-se desse destino antigo, Rondônia
viu-se obrigada a impor a criação do Estado, esse ideal e sonho que vira
pesadelo e solidão.
Coragem e desabafo são palpáveis na agonia do
Patrimônio histórico e do meio ambiente. Coragem e desabafo que deveriam vir de
dentro de todo povo porto-velhense, tal o grau de humilhação, que passa nossa
gente.
Porto Velho atualmente é sinônimo de decadência e
aviltamento. Não sabe o restante do Brasil que os responsáveis por esse flagelo
não são os filhos de Rondônia ou aqueles que procuraram essa terra para seu
lugar definitivo. São sim, aqueles que aqui chegaram ávidos por enriquecimento
e cheios de outras intenções, ao mesmo tempo em que os filhos da terra
silenciavam sem o menos poder dirigir seus próprios destinos.
E os pensadores e planejadores consequentes foram
silenciados, transformando em cidadãos de segunda categoria.
O orgulho das nossas coisas encerra com a
adjetivação: a cidade cosmopolita. Sim, porque tinha prédios públicos de alto
padrão arquitetônico, trem, meio ambiente intacto, um porto aonde chegavam e
saíam navios, o aeroporto no Bairro Caiari, entre outras melhorias mais.
Afastando-se desse destino, Porto Velho passou a
viver outra realidade, incorporando o sonho da criação do estado, um ideal que
também tem pesadelos e solidão.
Galeria de Imagens
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