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Acre prepara agora o etnoturismo


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Ainda este ano, o turismo indígena fará parte das atrações acreanas /DIEGO LOURENÇO GURGEL
 


 

DIEGO GURGEL
Da Aldeia Lago Lindo (AC)

 

O Acre comemora mais uma conquista: ao final do 1º Encontro do Grupo de Trabalho (GT) de Etnoturismo, promovido após o 2º Festival Xinã Bena, do povo Hunî Kuî, Aldeia Lago Lindo, representantes de cada instituição avaliaram os resultados e concluíram pela viabilidade financeira do evento. O festival ocorrei no Rio Jordão.
 

Coordenado pela Secretaria Estadual de Turismo e Lazer (Setul) e pela Assessoria Especial dos Povos Indígenas, com o apoio da Funai, Sema, Fundação Elias Mansur, Sebrae, IDM, o evento contou com as lideranças dos povos indígenas e com a Secretaria de Políticas para as Mulheres que recentemente compôs o arranjo institucional do GT.
 

Para a secretária da SEP Mulheres, Concita Maia, a iniciativa foi “um casamento perfeito”, uma vez que a secretaria já executa ações com as mulheres indígenas: “Ligar o turismo com os interesses indígenas, tendo as lideranças presentes nas reuniões, é altamente importante”.
 

A participação direta dos indígenas nas rodas de estudos é um diferencial, ela explica: “Não apenas as instituições tomam a frente, mas ouvem-se as lideranças indígenas, principais personagens do desenvolvimento do etnoturismo”.
 

 A oficina ministrada para aproximadamente cem indígenas dos povos Hunî Kuî preparou-os e qualificou-os para receber turistas, e contou com a iniciativa da Fundação Elias Mansour em trazer uma consultoria especializada em capacitação de povos indígenas, dando oficinas de etnoturismo antes do festival.
 

Representantes dos povos Hunî Kuî demonstraram o que aprenderam nas oficinas e de que forma aplicaram os conhecimentos durante o festival, apresentando até cartazes bilíngues para orientação dos turistas montado por eles na aldeia.
 

Para o assessor dos Povos Indígenas, Zezinho Yube Kaxinawá, essa avaliação norteia os próximos passos para os próximos festivais. “O festival pela primeira vez foi auto-sustentável, tanto ambientalmente quanto financeiramente”, ele disse.
 

Além de resgatar suas tradições e apresentá-las aos visitante, o festival pretende proporcionar renda para o próprio povo Hunî Kuî, tornando o evento sólido, progressivo e sustentável. O representante do povo Hunî Kuî, José Osair Sales, ressaltou o sucesso da 2ª edição do festival, da organização e do apoio governamental na infraestrutura e busca de recursos. “Ficamos muito felizes, não somente pelo apoio e dos parceiros, mas também de termos o governador presente, juntamente a secretária de turismo Ilmara Lima”.

 

Regulamentação até 2015
 

De maneira geral, a regulamentação do etnoturismo no Brasil, deu mais um passo, desenvolvendo o turismo socioambiental cultural, uma vez que as iniciativas do GT se tornaram um “projeto piloto” para a Funai, que espera regulamentar esse setor até 2015, onde já foram licitadas obras de insfraestrutura, e também um programa de capacitação e estudo de impactos ambientais e culturais.
 

Além destas etapas conquistadas, o GT está viabilizando um estudo jurídico, para que a regulamentação propriamente dita aconteça de maneira célere.
 

Depois, os representantes do GT acompanharão obras e capacitações, seguindo-se a preparação para o 1º Seminário de Etnoturismo do Acre, previsto para o segundo semestre deste ano.
 

A secretária Ilmara Lima comemorou os primeiros resultados visíveis das ações do GT: “A partir de agora estamos mais próximos, tanto do desenvolvimento do etnoturismo do estado, quanto da contribuição para os estudos na área em âmbito nacional”.

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