GILBERTO CAMACHO
A Tribuna, Rio Branco (*)
RIO BRANCO, Acre – Assentamentos destinados às famílias brasileiras que moram na faixa de fronteira entre Brasil e Bolívia ficam prontas, provavelmente em dois meses, segundo informações de jornais bolivianos. Serão repatriadas nas próximas semanas cerca de 400 famílias que vivem ilegalmente no norte e no nordeste da Bolívia.
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) terminou no mês passado das áreas nas quais serão instalados projetos de assentamentos. A documentação foi enviada a Brasília. As propriedades ficam no trecho entre Brasiléia e Acrelândia, às margens da rodovia. No levantamento feito pela Organização Internacional para Migrações (OIM), são 560 brasileiros morando na faixa de fronteira.
Entre 2008 e 2009, uma pesquisa detectou que 350 famílias brasileiras vivem do lado boliviano da fronteira. No entanto, a estimativa é de que existam outras 50 famílias que não foram contabilizadas, mas que farão parte do plano, conforme a agência espanhola EFE.
Os brasileiros vivem principalmente no departamento de Pando, cuja capital, Cobija, faz fronteira com o Brasil, mas também estão alojados em assentamentos na região vizinha de Beni. As conversas entre responsáveis dos dois países para que a mudança se concretize começaram em 2007.
O governo brasileiro e a Organização Internacional das Migrações fornecerão fundos para concretizar a mudança que, segundo sua opinião, aliviará as “tensões” existentes na região “entre irmãos bolivianos e brasileiros”.
A legislação boliviana estabelece que nenhum estrangeiro pode viver ou adquirir terras a 50 quilômetros da fronteira. Por isso, os assentamentos brasileiros são considerados ilegais, algo que as autoridades do país reconheceram, segundo Camacho.
(*) Com informações da EFE
Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024 | Porto Velho (RO)