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Alta Floresta planeja plantio direto de sementes e recuperação de nascentes


 

Alta Floresta planeja plantio direto de sementes e recuperação de nascentes - Gente de Opinião
Luciano Coutinho (BNDES) e o diretor Eduardo Rath Fingerl, com o proprietário da RPPN Cristalino, conhecem mais a respeito da conservação das florestas na região /DIVULGAÇÃO

 

JOSANA SALES
Amazônias

ALTA FLORESTA, Mato Grosso – Opresidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, e o embaixador do Fundo da Amazônia, Edson Arantes do Nascimento, Pelé, conheceram aqui e em Carlinda os projetos socioambientais Olho d’Água, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Alta Floresta e Sementes do Portal, da organização não-governamental Instituto Ouro Verde.  A  solenidade ocorreu no auditório do Resort Floresta Amazônica, que possui mais de 60 hectares de floresta amazônica preservados dentro de Alta Floresta.

Os dois projetos receberam R$ 8,2 milhões do Fundo Amazônia, dos quais,  R$ 5,4 milhões são destinados ao projeto Sementes do Portal. O evento promovido pelo BNDES demonstrou como serão aplicados esses valores e debateu novos recursos para ampliar os projetos na região.

Pelélevará os projetos para o exterior e com isso angariar novos recursos. Sementes do Portal pretende recuperar1,2 mil hectares de áreas degradadas (recomposição de áreas de preservação permanente e reserva legal) e o resgate da agricultura familiar em seis municípios que compõem o Território Portal da Amazônia, no extremo norte do Mato Grosso, por meio da introdução de sistemas agroflorestais.

Esses sistemas consistem nas formas de uso da terra. Reúnem um conjunto de espécies de árvores, cultivos agrícolas e criação de animais numa mesma área e simultaneamente. Para os sistemas agroflorestais o projeto utilizará a chamada técnica da “muvuca”, que trabalha com o plantio direto de várias espécies de sementes florestais e agrícolas misturadas.

Deu certo

Experiências anteriores, tanto do Instituto Ouro Verde como de outras instituições com atuação na região têm demonstrado muitas vantagens da “muvuca” quando comparada com o plantio tradicional de mudas.

As sementes têm funções distintas e devem ser combinadas e manejadas ao longo do tempo. Não precisam de adubos químicos e fertilizantes, nem de defensivos agrícolas. Além disso, permitem maior aproveitamento dos recursos naturais, são viáveis em qualquer escala e diversificam a fonte de renda, já que possibilitam a plantação e o cultivo de várias culturas (mandioca, café, hortaliças, castanha), reduzindo risco de prejuízos por quebra de safra.

As sementes utilizadas nos sistemas agroflorestais serão adquiridas da comunidade indígena Terena, parte integrante do projeto Sementes do Portal. Tendo em conta o crescimento e a valorização das sementes, em decorrência do aumento do uso de sistemas agroflorestais e da escassez de diversas espécies em função do desmatamento, a comunidade indígena Terena será beneficiada pelo projeto, na medida em que será capacitada para coletar as sementes de forma apropriada, desenvolvendo atividade que combina o uso sustentável da floresta com a possibilidade de renda.

Área degradadas

O projeto prevê as seguintes ações: fortalecimento de associações locais no processo de gestão ambiental; estruturação de uma base de serviços ambientais para apoio técnico, objetivando o licenciamento ambiental de pequenas propriedades no Portal da Amazônia; recuperação de 1,2 mil hectares de áreas degradadas; capacitação e apoio técnico; além do desenvolvimento de veículos para comunicação interna e externa de informações do projeto, de forma a garantir a coesão das ações e a socialização das informações.

O Instituto Ouro Verde é uma organização não-governamental criada em 1999, em São Paulo. Atua na região conhecida como Portal da Amazônia desde 2004.Visa promover o desenvolvimento sustentável, fortalecendo organizações e instituições populares, agindo diretamente com agricultores familiares para valorização da cultura da população da região, a fim de que se tornem agentes responsáveis pela transformação social, econômica e ambiental de suas comunidades.

Projeto Olhos D’Água

Alta Floresta receberá R$ 2,8 milhões para pôr em prática o projeto Olhos D’Água da Amazônia, cujo objetivo é o fortalecimento da gestão ambiental na região, apoio ao processo de registro das pequenas propriedades no Cadastramento Ambiental Rural e fomento à recuperação de áreas de preservação permanente degradadas próximas às nascentes localizadas em pequenas propriedades.

Com essa estratégia, a prefeitura de Alta Floresta integrará  as atividades de planejamento (diagnóstico), de regularização ambiental e de recuperação de áreas degradadas. O cadastramento será utilizado pelo governo como uma primeira etapa para o licenciamento ambiental e a regularização fundiária, na medida em que são firmados termos de compromisso para a adequação ambiental da posse ou da propriedade rural.

O projeto de Alta Floresta enfrentará, principalmente, o problema da degradação de determinadas áreas de nascentes. Atualmente, 50% do município foi desmatado e apenas 49% das 6.545 nascentes estão preservadas, conforme dados da Secretaria de Meio Ambiente de Alta Floresta.

É coordenado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e envolve a recuperação da Bacia Mariana, que fornece água para o município. Cerca de 1,2 mil nascentes das mais de seis mil existentes no entorno da cidade serão recuperadas.

 

 

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