Quarta-feira, 20 de abril de 2016 - 19h25
A subida das águas do Rio Madeira ocorreu dentro da normalidade durante o ano hidrológico iniciado em outubro de 2015 até o mês de abril de 2016 (período de transição para a época seca). Um repiquete ainda ocorre nesta semana, devido a chuvas concentradas previstas entre os dias 20 e 27 de abril na bacia do Rio Beni. Mas a avaliação é de que nesta cheia os níveis registrados mostram que as cotas do rio variaram entre a média histórica e índices abaixo da média. Diferente de 2015, quando o Rio oscilava da média à acima, neste ano houve tendência mais desacentuada, confirmando as previsões do evento Pré-Cheia 2016, realizado pelo Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) no início de dezembro último.
De acordo com os boletins emitidos pela Divisão de Proteção Ambiental do Sipam, o rio esteve próximo à média histórica. O Sipam faz acompanhamento dos níveis do Rio Madeira conforme dados enviados pela CPRM (Serviço Geológico do Brasil) e dados do Satélite GOES-13, sistematizados pelo GPM (Global Precipitation Measurements) da NASA, que mede as chuvas que caem nas nascentes (Rios Beni, Guaporé e Mamoré). Esta medida é calculada com dados disponíveis nos últimos 49 anos, sendo que no final de 2015, o Madeira caiu abaixo da cota mínima. Isso ocorreu no dia 21 de dezembro de 2015, ao marcar cota 6,33 metros, baixo para o período de cheia. Somente em 1970 a data havia registrado cota tão baixa assim, 6,46m (pouco mais de 13 cm de diferença) para o mês de dezembro.
Segundo a Coordenadora Operacional, Ana Cristina Strava, houve momentos em que o rio saiu da normalidade "visitando" a zona de atenção de cotas baixas. Neste período de transição para o período de seca, os órgãos de controle acompanham o comportamento do Rio Madeira, que até o momento vem apontando para níveis mais baixos, a exemplo de 2005, e que podem exigir atenção para a navegabilidade nos meses de agosto e setembro.
Boletim Climatológico - Em reunião entre os Centros Regionais de Belém, Manaus e Porto Velho, os meteorologistas analisaram que haverá uma acentuada redução do aquecimento das águas subsuperficiais no oceano Pacífico Equatorial, mantendo o Fenômeno El Niño em atuação, mas com gradual enfraquecimento após o mês de abril. Conforme o Boletim Climático da Amazônia divulgado para os meses de abril, maio e junho, o Sipam prevê que os estados de Rondônia, Acre e Mato Grosso as chuvas devem ocorrer dentro da média esperada para esse período do ano.
Diferente do sul do Amapá, parte do Pará (desde a região do Marajó, passando pela região metropolitana de Belém até o nordeste paraense), litoral noroeste do Maranhão, onde é previsto que caiam chuvas acima dos padrões climatológicos. E abaixo dos padrões climatológicos nos estados do Maranhão (exceto extremo sul e litoral noroeste), região central do Pará (abrangendo a região do Baixo Amazonas, Sudoeste e maior parte do Sudeste), e norte do Tocantins. No início do trimestre também é esperado padrões abaixo da média em Roraima e no norte e nordeste do Amazonas, tendendo à normalidade no fim do referido trimestre.
Em relação às temperaturas, os rondonienses enfrentarão mais um período de calor elevado, uma vez que as médias devem permanecer acima dos padrões climatológicos em Rondônia, assim como em Roraima, Acre, Mato Grosso, norte e nordeste do Amazonas. E nas demais áreas da Amazônia Legal as temperaturas deverão ocorrer dentro dos padrões climatológicos.
O Boletim Climático da Amazônia está disponível no seguinte link: http://bit.ly/1qARPMF
Fonte: Rosália Silva
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