Os transportes longitudinal estadual e interestadual e de travessia conduziram, em 2017, cerca de 9,8 milhões de passageiros e 3,4 milhões de toneladas de cargas. As estimativas são do relatório executivo referente ao estudo Caracterização da Oferta e da Demanda do Transporte Fluvial de Passageiros e Cargas na Região Amazônica, divulgado em 1º de fevereiro, em Manaus. A área de abrangência do levantamento compreendeu as principais unidades da Federação geradoras de fluxo fluvial na Região Hidrográfica Amazônica: Pará, Amapá, Amazonas e Rondônia. Antaq , Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Federação Nacional das Empresas de Navegação Aquaviária (Fenavega) e Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial no Estado do Amazonas (Sindarma) promoveram a divulgação da pesquisa.
Com a pesquisa, a Antaq trouxe a público os resultados da segunda edição do estudo, realizado novamente em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA). O trabalho teve como objetivo caracterizar a demanda de passageiros e misto no transporte fluvial da Região Amazônica, identificando as linhas e o fluxo de transporte, além da oferta, identificando a frota de embarcações e a caracterização e avaliação dos terminais hidroviários.
Estudo faz uma fotografia do transporte na Região Amazônica
Os resultados indicaram que a maior parte dos usuários desses transportes são jovens, com idade entre 18 e 40 anos (58%), escolaridade de nível fundamental e médio (54% têm até o ensino médio incompleto) e rendimento familiar mensal médio de R$ 1.675,00. Pelo menos 35% dos entrevistados exerciam atividades autônomas como ocupação. Os principais motivos de viagem foram: lazer ou visita a amigos e parentes (40%) e compromissos de trabalho e tratamento médico (45%).
Terminais Hidroviários
O estudo também trouxe informações sobre os terminais hidroviários. Foram pesquisadas 196 instalações que atendiam ao serviço de transporte fluvial estadual de passageiros e misto, com o estado do Pará concentrando 129 terminais (66%). Do total de terminais pesquisados, 12% também atendiam embarcações do transporte interestadual e 5% atendiam embarcações do transporte de travessia.
Conforme o estudo, a avaliação geral das instalações pôde ser considerada ruim, visto que o Índice Geral de Qualidade (IGQ) dos terminais hidroviários de passageiros calculado foi de 0,17. O IGQ varia de 0 a 1. A caracterização dos terminais hidroviários identificou a infraestrutura existente, particularmente as condições dos acessos terrestres e dos acessos às embarcações, retroárea, instalações e serviços, sala de embarque de passageiros, berço de atracação, área de movimentação de carga, postos de serviços públicos e práticas sustentáveis.
Cargas
Em relação às cargas que passaram pelas linhas interestaduais da Região Amazônica, tem-se que, em 2017, foram transportadas 822,4 mil toneladas. O trecho interestadual que apresentou a maior estimativa de transporte para 2017 foi Santarém (PA) – Manaus, com 156,5 mil toneladas de carga. Esse valor representou 19% da estimativa do total transportado pelas embarcações atuantes no transporte misto interestadual. Em relação ao transporte estadual, foram movimentados cerca de 2,5 milhões de toneladas.
Para o diretor-geral da Antaq , Adalberto Tokarski, “esse estudo é uma fotografia que mostra a realidade do transporte na Região Amazônica. Esse trabalho chegará a outros órgãos, entre eles o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, para a elaboração de políticas públicas”.
De acordo com o diretor da Antaq , Francisval Mendes, a pesquisa servirá como auxílio às populações ribeirinhas, na elaboração de políticas regulatórias, que irão apoiar o meio ambiente, a cultura, a segurança regional, o uso múltiplo das águas, os bens de consumo, a educação e a saúde.
Além dos dois diretores da Antaq , participaram da mesa de abertura o professor da UFPA, Hito Braga, o capitão fluvial da Amazônia Ocidental, Almir Ribeiro, o assessor da Secretaria de Fomento e Parcerias do Ministério dos Transportes, Portos e Avião Civil, Luiz Scarduelli, o presidente da Fenavega, Raimundo Holanda, e o presidente do Sindarma, Galdino Alencar.
Depois da apresentação do estudo, o diretor-geral da Antaq , Adalberto Tokarski, e o diretor-geral do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), assinaram termo de cessão de uso a título gratuito que celebram entre si a União, por intermédio do Censipam, e a Agência para que a Unidade Regional de Manaus (UREMN) ocupe parte do imóvel onde funciona o Censipam, localizado à Avenida do Turismo, 1350, Tarumã, Manaus-AM. A UREMN já está funcionando nessa localidade. “Nesse novo local, a UREMN terá instalações estruturadas, mais segurança e receberá o usuário de forma mais eficiente”, apontou Tokarski.
Fonte: Ascom Antaq