XICO NERY
Amazônias
GUAYARAMERÍN, Beni, Bolívia — Com o apoio do presidente da República, Evo Morales, de senadores, deputados, prefeitos e governadores integrantes da base aliada do Governo Central e do Movimento Ao Socialismo (MAS), o empresário Alexander Guzman Maldonado pode construir um novo desenho político na região. Já é um franco favorito, conforme analistas locais e de movimentos sociais rondonienses com atuação na fronteira Brasil-Bolívia.
Ele é candidato à Alcaldia Municipal (prefeitura) de Guayaramerín e se compromete a executar um trabalho voltado para as minorias sociais bolivianas excluídas há séculos nos dois lados da fronteira. As eleições serão no próximo dia quatro de abril.
Com propostas inovadoras, Maldonado deve surpreender, acreditam analistas de Rondônia, estado fronteiriço ao Departamento (província) de Beni. Segundo dados das lideranças com assento nas Organizações Territoriais de Base (OTB), vivem e trabalham nesta fronteira cerca de quatro mil guayaramirenses, todos os eleitores.
Além de Maldonado, do MAS — partido que levou Evo Morales ao segundo mandato de presidente — disputam a Alcaldia de Guayaramerín: Hermes Vargas Rivera (Partido Primeiro O Beni), Marcos Pinto Oyola (Partido Convergência Amazônica), Helen Gorayeb de Antelo (Movimiento Nacionalista Revolucionário) e Ridder Ruiz Roca (Partido do Movimiento Sin Medo).
Ligado às elites políticas desde o Platô Boliviano Central, onde estão localizadas as indústrias de beneficiamento de castanha, borracha e essências, o grupo de Ruiz Rocca foi o grande perdedor das eleições presidenciais passadas. Ele é do clã do atual alcaide, Guido Roca. Este, mesmo tendo apoiado Evo Morales à presidência, defendeu "o voto cruzado", que aqui é semelhante ao “voto camarão” praticado no Brasil. Ou seja, os aliados votam apenas no cabeça de chapa. Isso levou Morales a entrar na disputa, pedindo votos para Maldonado.
Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024 | Porto Velho (RO)