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Arquitetos têm agora o seu próprio Conselho Nacional


 

Arquitetos têm agora o seu próprio Conselho Nacional - Gente de Opinião
Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, reunidos no final dos anos 1950, quando projetavam Brasília /ARQUITETURA BRASILEIRA BLOGSPOT

 



LUIZ LEITE DE OLIVEIRA (*)

Depois de mais 50 anos, finalmente o Congresso Nacional reconhece a legítima profissão dos arquitetos. Na semana do Natal o Senado aprovou a criação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU-BR), cuja lei será levada brevemente para a sanção presidencial

Resplandece o CAU.

Embora a arquitetura brasileira seja reconhecida e premiada no mundo todo, não tinha o seu próprio conselho de classe, o que acontece neste momento.

Bem lembrou o professor Miguel Alves Pereira, renomado arquiteto, em sábias palavras que refletem um pouco a história do CAU: “(...) Eu vesti, no alvorecer dessa luta, que não parecia vir a ser tão longa, já com mais de meio século de labuta. Postei-me nessa trincheira e dela não arredarei o pé, até a vitória final. Mesmo que uma bala perdida possa surpreender a vida de quem venha a enganar-se com o falso silêncio dos campos de batalha. Convivi com os pioneiros e veteranos João Vilanova Artigas, Eduardo Kneese de Mello e Ícaro de Castro Mello, a quem tanto devemos, na celebração desse nosso sonho de cidadania profissional”.

Outros arquitetos lutaram pelo CAU, como num campo de batalha, no entanto, muitos desses renomados profissionais foram surpreendidos pela “bala-perdida”. Antes, infelizmente, foram retirados de cena sem a oportunidade de presenciar a reta final rumo à vitória.

Com a sanção presidencial esperada para o mais rápido possível, o CAU, pode-se dizer, é uma realidade para a atual geração de arquitetos e para novas gerações.

Arquitetura e Urbanismo

Arquitetar pode ser uma palavra entendida por meio do conceito simples de dicionário: edificar, planejar, idear, trabalhar como arquiteto. Mas a arquitetura é muito mais abrangente, tem uma responsabilidade social e deve se adequar ao desenvolvimento de atividades humanas. Para isso, deve o arquiteto exercer com maior abrangência esse exercício. É a profissão de construir dentro da arte e da técnica.

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Prédio do Congresso Nacional, fruto da arquitetura de Niemeyer, que disse: "Eu tenho mais de cem razões para a criação do CAU"/BAIXAKI

O arquiteto também é profissional de múltiplas facetas. Não é simples e único. Por exemplo, faz muito mais do que arranjar, integrar os espaços para as pessoas, através do planejamento, do projeto e da obra.

Mais que isso: deve ter criatividade, imaginação, inteligência, meditação, ser mentor da concepção matemática, do conhecimento ligado à saúde mental e espiritual, da intelectualidade, da história, do patrimônio cultural, patrimônio histórico, do regionalismo, da ciência, sociologia, psicologia, tecnologia, da arte, da construção, da reconstrução, do sonho, da fé.

Através da experiência profissional, faz entender um pouco melhor a profissão, uma das mais antigas do Planeta Terra.

Profissão incompreendida

“A imaginação é mais importante que o conhecimento”, disse o físico alemão Albert Einstein. É claro que essa frase contribui para entender como deveria ser o arquiteto. É uma dica legal.

Dentro desse conceito de arquitetura, essa profissão foi incompreendida pelo poder dos governantes, ao ser enquadrada dentro do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) e, nos estados e Distrito Federal, no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura.

Esse órgão nunca absorveu arquitetura, usando-a dissolvida em diversas profissões. Enfim, um sistema que tem como características o sombreamento de várias profissões entre si.

  O Brasil ganha com o reconhecimento dos seus arquitetos.

 

 (*) Estudou arquitetura e urbanismo na UnB. É membro do Conselho Superior do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) em Rondônia.

 

 

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