Sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016 - 18h18
Leyberson Pedrosa
Agência Brasil
Ao longo de séculos, povos indígenas de todo mundo construíram um grande legado sobre o céu, utilizado como base para rituais religiosos, políticos, agricolas e de fertilidades, populações nativas criaram seu próprio campo de estudo astronômico. Contudo, devido à dificuldade de repassar o conhecimento aos demais, esse saber corre o risco de se perder no Brasil. É o que alerta o professor, astrônomo e físico Germano Afonso, especializado em etnoastronomia.
Ele destaca como uma das causas a diminuição do interesse das novas gerações indígenas em relação ao conhecimento que os mais antigos mantém sobre o céu. “O índio é muito interessado pelo céu, afinal, eles olham para cima e veem a Terra como parte do reflexo do cosmos”, explica.
Para a indígena Kerexu Yxapyry (Eunice Antunes), da Terra Indígena Morro dos Cavalos em Palhoça (SC), a transmissão das informações astronômicas depende muito do local em que os jovens estão. “Quando a criança é criada em uma aldeia, ela recebe o conhecimento e não esquece. Mas quando mora fora e veem apenas outros conteúdos didáticos, elas perdem essa parte, sim”, compara.
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