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Bomba, aspersores e mangueiras


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Poço Juruena fortalece agricultores familiares


 

ANDRÉ ALVES
Pauta Socioambiental

 

Quinze agricultores familiares que participam do Projeto Poço de Carbono Juruena receberam, em agosto e setembro, kits de irrigação como forma de pagamento por serviços ambientais (PSA) instalados. Cada kit, que inclui a bomba, mangueiras e aspersores, serve para a irrigação de um hectare de sistemas agroflorestais.
 

A iniciativa do projeto, que é desenvolvido pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena, com patrocínio da Petrobras por meio do Programa Petrobras Ambiental, visa compensar os agricultores que melhor aproveitam suas áreas com o uso de sistemas agroflorestais. Os Safs aumentam a produtividade e melhoram a renda familiar, além de conservar a fertilidade do solo e absorver mais carbono da atmosfera, se comparado com outras formas de cultivos solteiros.
 

Atualmente, o projeto conta com aproximadamente 300 agricultores cadastrados no município de Juruena e alguns de municípios vizinhos, no Noroeste de Mato Grosso. Eles têm acesso a benefícios como capacitações, assistência técnica na propriedade, calcário, adubo, mudas de espécies frutíferas e de espécies florestais nativas para formação e manutenção de sistemas agroflorestais. Além disso, podem utilizar, em sistema de rodízio, uma serraria portátil e roçadeiras automatizadas.Bomba, aspersores e mangueiras - Gente de Opinião

 

Feijão e milho
 

Os kits de irrigação foram entregues a agricultores que têm áreas degradadas por pastagens mal manejadas, áreas agricultáveis e em áreas parcial ou totalmente cultivada com espécies agrícolas e florestais. Com os sistemas de irrigação, os agricultores começaram o cultivo de feijão e milho. Posteriormente essas plantações vão dar lugar ao plantio de espécies como café, cacau, urucum, pupunha e variedades florestais, como a castanheira, formando um sistema agroflorestal.
 

Para o agricultor Cláudio Marques Cardoso, avalia que irá conseguir manter sua área agricultável e com mais espécies cultivadas durante todo o ano, e não apenas no período da chuva, como acontecia até então. “Já tenho planos de ampliar a área irrigada na parte do meu sítio que já está aberta, pois estou vendo seus benefícios e não terei mais necessidade de investir em bomba e fiação da rede elétrica”, avalia.

Já Elimar Binow explica que nos últimos anos vinha perdendo parte da produção no período da estiagem e que com o recebimento do pagamento por serviços ambientais, esse risco será reduzido. “Vou aproveitar a florada do café que promete uma boa safra para o ano que vem e já realizei o corte do palmito da pupunheira”, anima-se. “Isto fará com que os perfilhos não sintam tanto o período de seca, proporcionando uma nova colheita de palmito daqui uns quatro meses”, complementa.

 

A equipe técnica do projeto Poço de Carbono Juruena irá avaliar em campo os benefícios da irrigação nos diferentes modelos de cultivo. A expectativa é que essas quinze unidades demonstrativas apontem dados que auxiliem numa mudança gradativa do modelo de agricultura em Juruena, mas também em todo o Noroeste de Mato Grosso, provocando o governo e os bancos a criarem um programa de incentivos a recuperação de áreas através do plantio de sistemas agroflorestais.

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