Segunda-feira, 8 de outubro de 2018 - 10h33
MAURÍCIO TUFFANI
Editor de Direto na Ciência
Sob a avalanche das eleições no dia anterior, o Brasil acordou nesta segunda-feira (8) praticamente desatento a uma das principais informações do noticiário internacional – o alerta de que se tornou mais difícil evitar o aumento acima de 1,5 °C da temperatura média do planeta até o final do século, em relação aos níveis pré-industriais.
Esse fenômeno agrava o risco de eventos climáticos extremos com prejuízos para o equilíbrio ambiental, a diversidade de espécies, a produção de alimentos e a saúde humana.
Destacado na primeira página dos principais jornais do mundo, o “Sumário para formuladores de políticas” foi divulgado na noite de domingo pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática das Nações Unidas (IPCC).
Redigido em linguagem não técnica para governantes, o documento chama a atenção para o fato de que o aumento de 1,5°C poderá ser alcançado entre 2030 e 2052 se for mantido o ritmo atual de emissões de gases de efeito estufa (GEE), como explica a reportagem “Limitar o aquecimento do planeta a 1,5°C requer ação mais ampla e rápida”, de O Estado de S. Paulo.
No Brasil, forças conservadoras irrelevantes no cenário político nas últimas décadas apresentaram-se com roupagens novas e souberam tirar vantagem não só da indignação da sociedade com a corrupção na administração pública, mas também da falta de renovação dos quadros dos principais partidos e até mesmo do sentimento popular de negação da política. E tiveram como resposta quase metade dos votos válidos no primeiro turno para o candidato Jair Bolsonaro (PSL).
“PONTO FINAL” NO ATIVISMO
APOIO DA VELHA POLÍTICA
Apesar
dos brados triunfais da onda conservadora de que conseguiu enterrar a
velha política, continuarão no Congresso muitos dos representantes dos
setores mais retrógrados do agronegócio e da indústria.
Mesmo
tendo garantido ao presidente Michel Temer (MDB) o apoio decisivo para
protegê-lo da instauração de processo criminal por lavagem de dinheiro e
corrupção passiva, esses mesmos congressistas já declararam apoio ao
candidato do PSL, que promete a faxina na política. E formam a mesma
bancada que tem ameaçado o licenciamento ambiental e a consolidação das
unidades de conservação e está atuando para enfraquecer a legislação de
controle de agrotóxicos.
Em outras palavras, essa onda conservadora
coloca o Brasil na contramão dos princípios da conservação ambiental e
ameaça a garantia do meio ambiente equilibrado para as gerações do
presente e do futuro.
A pior coisa que pode acontecer para a
conservação ambiental é ela ser refém da crescente polarização entre
esquerda e direita que assola o País.
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