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Camponês é morto a tiros em Eldorado dos Carajás (PA)



Um camponês foi morto no início da tarde desta quinta-feira (2) de Eldorado dos Carajás, sudeste do Pará, informou a Polícia Civil do Estado. A única informação que se tem da vítima é que se chama Marcos. De acordo com o boletim de ocorrência registrado na delegacia municipal, Marcos levou um tiro na zona rural do município e chegou a ser socorrido por um vizinho. Não há referências, no documento, de que a vítima fosse um assentado da reforma agrária ou ligado a movimentos sociais.

O corpo dele já está no Instituto Médico Legal (IML) de Marabá. O superintendente regional do sudeste paraense, delegado Alberto Henrique Teixeira, está no local. Ele aguarda a chegada de familiares de Marcos para obter maiores informações sobre a vítima.

É a quinta morte de camponeses na região norte em menos de dez dias, a quarta no sudeste paraense. Na semana passada, três mortes ocorreram em Nova Ipixuna (a 625 km de Belém), no sudeste paraense: o casal de castanheiros José Cláudio Ribeiro da Silva, 52, e Maria do Espírito Santo da Silva, 50, ativistas que denunciavam a ação ilegal de madeireiros, foi executado na terça-feira (24); no domingo (29), foi encontrado o corpo de Eremilton Pereira dos Santos, 25, que morava no mesmo assentamento do casal.

Na sexta-feira (27), a vítima foi Adelino Ramos, o Dinho, liderança do Movimento Camponês Corumbiara (MCC), assassinado enquanto vendia verduras em Vista Alegre do Abunã, distrito de Porto Velho (RO). Dinho foi um dos sobreviventes do massacre de Corumbiara --ocorrido em agosto de 1995, no qual pelo menos 12 pessoas morreram nas mãos de pistoleiros e PMs-- e também denunciava a atuação de madeireiros.

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse hoje (2) que o governo deve tomar “medidas mais duras” para enfrentar a violência no campo na Amazônia. Na última semana, quatro lideranças camponesas da região foram assassinadas.

“Fiquei sabendo, agora há pouco, que morreu mais um agricultor em Eldorado dos Carajás [PA], que é uma região simbólica”, contou Carvalho, pouco antes de dirigir-se à reunião com a presidenta Dilma Rousseff, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e os governadores do Pará, Simão Jatene, de Rondônia, Confúcio Moura, e do Amazonas, Omar Aziz. Os três estados foram palco de conflitos agrários recentes.

“Já tomamos uma série de medidas para tentar conter a violência na região, mas, ao que tudo indica, vamos ter que tomar medidas mais duras”. Carvalho deu as declarações depois de fazer a abertura da reunião do governo com as centrais sindicais sobre o fator previdenciário.

Massacre de Carajás

Em 17 abril de 1996, Eldorado dos Carajás foi cenário do massacre de 19 sem-terra que protestavam na rodovia PA-150. O episódio completou 15 anos, com os dois únicos condenados pelas mortes --o coronel Mário Collares Pantoja e o major José Maria Pereira-- em liberdade. Pelo menos 154 policiais estavam envolvidos com o massacre.

Boa parte dos sobreviventes e testemunhas do massacre vive hoje no Assentamento 17 de Abril, que fica na fazenda Macaxeira, a mesma ocupada em abril de 1996. Segundo o MST, cerca de 6.000 pessoas moram no local, “uma das maiores agrovilas do país”. A reportagem entrou em contato com militantes do MST no Pará, mas nenhum deles sabia da morte de Marcos.


Fonte:
Guilherme Balza
Do UOL Notícias*
Em São Paulo

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