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Catarinenses filmam, no Acre, vida das mulheres Huni Kuin


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DIEGO GURGEL
De Rio Branco (AC)

 

“Inani e Banu, imagens da mulher Huni Kuin” – é o título do documentário que está sendo rodado em quatro aldeias do Acre, para mostrar a vida das mulheres de dois clãs da maior e mais significativa etnia do estado, os Huni Kuin. São elas, Aldeia 27, Nova União, Lago Lindo e Astro Luminoso, localizadas nos municípios de Tarauacá e Jordão, onde retratarão o cotidiano das mulheres dos clãs, Inani e Banu.

 

A produção é fruto de um edital do Fundo Municipal do Cinema de Florianópolis-SC, no qual 180 projetos foram inscritos e oito foram contemplados, e no Acre tem o apoio logístico da Secretaria Estadual de Turismo e Lazer do Governo do Estado, e parcerias da Fundação Elias Mansur , SEP Mulheres, Assessoria Indígena, Seplan, Sema, Seaprof, Iteracre, e da iniciativa privada com a Ortiz Táxi Aéreo.
 

Segundo a produtora do documentário, Andrea Monteiro, que também é  co-autora, a escolha das mulheres Huni Kuin  tem “identificação étnica” com esse povo.

 

Andrea também destaca o apoio da empresa catarinense Guepardo, fabricante de material de camping e selva, que deu a estrutura necessária para a sobrevivência na floresta e proteção do equipamento das intempéries meteorológicas, já que tem início o período chuvoso na Amazônia. Uma pré-produção de 18 dias foi feita anteriormente, para saber das mulheres Huni Kuin, se era de interesse delas em primeiro lugarGente de Opinião, mostrar sua cultura e artesanato para o mundo.

 

Desta vez a equipe está de volta, composta por seis pessoas, que segundo Andrea, “são profissionais competentes para que o documentário seja verdadeiro, respeitoso com os índios e principalmente chame a atenção do mundo para essa população e sua cultura”. A diretora do documentário, Eliza Schmidt, disse estar encantada com a forma em que os Huni Kuin os receberam, e principalmente com o talento e força de suas mulheres.

 

Surpresas à vista

 

Eliza afirma que o documentário será mostrado à população acreana e para os indígenas assim que a edição do material terminar no próximo ano. "Com certeza, todos irão se surpreender com o que será mostrado”. A equipe conta com o diretor de áudio, Leonardo Gomes, o diretor de imagem Rafael Martini, Leo Silva como Assistente de direção e roteiro, e também a tecelã Isabela Bernardo como assessora de produção, e a indígena Tima Huni Kuin, como assessora indígena e intérprete do grupo.

 

Para a secretária estadual de turismo, Ilmara Lima, é importante mostrar a cultura indígena para o Brasil e o mundo. "Provamos que o Acre, além de preservar além de preservar suas florestas, também preserva sua cultura indígena e os povos que nela vivem”.

 

Um dos principais focos do documentário é mostrar tanto o dia a dia das mulheres nas aldeias, como o artesanato como sustento familiar e conservação das tradições ancestrais, e a utilização dos Kenês, que tem significado sagrado para os indígenas em pinturas corporais e desenhos nas peças em miçanga e algodão cru. Com isso, a tecelã Isabela Bernardo trouxe novos materiais, não fugindo da tradicional miçanga utilizada pelas índias, mas também novas técnicas, que levarão as mulheres das aldeias a produzir peças de melhor qualidade em menor tempo, agregando valor a cada peça, com a utilização de mini-teares em madeira que podem facilmente ser reproduzidos em papelão ou caixinhas de sapato, e miçangas da Tchecoslováquia. Estas são melhores e mais resistentes, resultando em um artesanato padronizado e uniforme.

 

Assim, Isabela ensina como “criar valores justos” para cada peça produzida por elas, e dando mais tempo aos afazeres domésticos, dando maior qualidade de vida às mulheres indígenas.
 

Para a produção do documentário, o material final levará ao conhecimento do Brasil e do mundo, a vida das mulheres desta população indígena, e como resistem ao tempo com a preservação do artesanato, danças e costumes, mesmo com as dificuldades do cotidiano.


 

Catarinenses filmam, no Acre, vida das mulheres Huni Kuin  - Gente de Opinião
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