Domingo, 22 de agosto de 2010 - 09h17
Em poucos anos de experimento, os fogos transformaram a floresta em um sistema altamente degradado devido ao aumento na mortalidade de árvores /A TARDE ONLINE |
CHRISTINA LEMOS
Amazônias
Um experimento científico provocou esta semana a queima controlada de uma área de floresta equivalente a 100 hectares no estado do Mato Grosso, na fazenda Tanguro, localizada no município de Querência, nordeste do estado. O objetivo é estudar com profundidade o impacto do fogo na capacidade de resistência das espécies. Trata-se do maior experimento com fogo controlado em áreas tropicais do mundo, no caso, um trecho de matas de transição Cerrado-Amazônia.
As primeiras conclusões do estudo indicam que os incêndios florestais diminuem a quantidade de espécies de 50% em relação a florestas não afetadas pelo fogo. Os resultados apontam ainda que as florestas de transição podem ser relativamente resistentes a incêndios florestais de baixa intensidade, mas não a incêndios recorrentes de maior intensidade. Em poucos anos de experimento, os fogos transformaram a floresta em um sistema altamente degradado devido ao aumento na mortalidade de árvores.
De acordo com Jennifer Balch, pesquisadora do National Center for Ecological Analysis and Sinthesys (NCEAS), da Universidade da Califórnia, os resultados preliminares mostram que as florestas de transição são extremamente vulneráveis a incêndios recorrentes. A mortalidade de árvores e cipós aumentou entre 80% e 120%, respectivamente, em relação à área de controle.
Savanização - O estudo iniciou em 2004, e prevê a divisão de uma área total de 150 hectares em três partes iguais: uma é submetida a queimadas uma vez por ano, outra, uma vez a cada três anos, e a terceira, chamada de “área de controle” é mantida intacta. Os pesquisadores do projeto, batizado de Savanização, querem saber qual a intensidade e a frequência de incêndios capazes de causar transformações irreversíveis em florestas da Amazônia.
Antes da queima, os pesquisadores coletam diversos tipos de informações como espécies de árvores, seu tamanho e abundância, estrutura da floresta (abertura de copa), número de plântulas, medidas do material combustível no chão (galhos e folhas) e também sobre alguns grupos de animais (insetos e pequenos mamíferos). Na área experimental, foram inventariadas mais de 10 mil árvores.
Após o fogo, todas essas informações são colhidas novamente para que se possa comparar de que maneira o ambiente reage ao fogo. “Para entender como o fogo afeta a vegetação amazônica, é preciso queimar áreas de florestas com intensidade e frequência diferentes”, explica o pesquisador Oswaldo de Carvalho Júnior, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM).
Fonte: Blog da Christina Lemos com informações de JAIME GESISKY, colaborador deste blog.
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