Quinta-feira, 26 de dezembro de 2013 - 05h01
AMAZÔNIAS
Contista, copidesque, revisor de textos, prefaciador e resenhista na edição de livros para escritores, profissionais liberais, acadêmicos mestres e doutores, Rubens Shirassu Junior conquistou mais leitores depois de lançar Cobra de vidro.
A publicação de poemas desse autor de Presidente Prudente (SP) revela a serpente que morde a própria cauda, conforme faz ver a apresentação da Editora e Gráfica Vida & Consciência. Em 2010, Shirassu Júnior lançou Muito macho na cozinha e outras crônicas, pela Editora Clube de Autores de São Paulo e, na sequência, publicou Religar às origens (ensaios e artigos de 1981 a 2010) pela editora Clube de Autores, de São Paulo.
Trechos de Oração ao Grande Colar do Cosmo:
Eu agradeço ao Ar, que sustenta todos os pássaros,
seja andorinha, gaivota, canário, abutre, rouxinol e
a silenciosa coruja da reflexão da noite ao amanhecer.
Sopro desta canção livre que é o puro espírito da brisa,
que ameniza e traduz o verão,
serenas e plenas em nossa comunhão
de pensamento sempre fluindo.
Eu agradeço aos Seres Selvagens de nossa fauna,
por ensinarem a não ter medo de velar os mortos.
Segredos, liberdades e caminhos; apesar de
nosso instinto predador e de conquista, por serem íntegros, corajosos e atentos,
serenos e plenos em nosso caminho
de comunhão do pensamento
sempre fluindo.
Eu agradeço à Água: pelas nuvens, lagos, rios, geleiras;
retendo, jorrando e evaporando em total corrente
nossos corpos mares salgados
em nossas mentes serenos e plenos em nosso caminho de comunhão do pensamento
sempre fluindo.
O projeto do Cobra de vidro foi aprovado pelo Programa de Ação Cultural (ProAC 2011), da Secretaria de Cultura e Governo do Estado de São Paulo. Dos 25 escritores escolhidos, somente Shirassu Júnior foi contemplado na região oeste paulista. Em parceria com a Scortecci Editora, o IV Prêmio Literário Canon de Poesia escolheu o seu poema Gaiola numa antologia com 50 autores de vários estados.
“O poeta prepara o leitor para um desfile de realidades calcadas no contraste, na dualidade espírito/carne, liberdade/obediência a regras e, principalmente na busca pelo silêncio”, descreve o escritor e autor Whisner Fraga. “O contraste que permeia os versos do belo poema A gaiola, por exemplo:
Inteira noite gaiola para sempre
e para sempre estilhaçada.
Noite em giro círculo fechado
e mais que fechado,
fechado até os extremos da parede”.
“É esse antagonismo que lega uma impressão de embate, de fragmentação, de falta de limites, principalmente estéticos. É esse gaiola que separa o artista da noite, da independência, o aço trabalhado nas forjas, sem nenhum romantismo, o aço somente técnica forçando o artista a uma vida de contemplação. O aço-técnica lembrando o poeta que os versos exigem algo além de lampejos criativos”.
As coisas desidratadas
Bate a enxada
trovoada diamante risca,
a queda brusca e silene
da coifa no azul do céu.
Choco seco,
na aridez do chão,
atravessa o olho de sol,
réptil entrando nas veredas
do deserto, as coisas defumadas
pelo fumo denso e parado
E um lagarto enfole
bolinhos de chuva.
Toda a sede imensa voa no reboque
engessado da Hidra de Sal.
Os ramos brancos remam
modelando máscaras e espigões
mumificados na areia movediça.
Seus sonos cegos, cheios
de asas emplumadas,
as aves negras e desidratadas
nos andaimes,
os dias gorjeiam desfiando
a mortalha.
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