Segunda-feira, 30 de outubro de 2017 - 12h03
O governo federal sabe de suas responsabilidades com as fronteiras do país e sabe que a fiscalização frágil favorece o narcotráfico e o contrabando de armas e munições, que usa os estados amazônicos para abastecer os grandes centros consumidores. A solução do problema, entretanto, apesar das ações em andamento, depende de uma ação integrada de entes federados e União. O recado foi transmitido 22 a governadores, na sexta-feira (27), em Rio Branco.
Depois de sediar o 16º Fórum de Governadores da Amazônia Legal, que teve o combate ao narcotráfico e suas consequências, a capital acreana recebeu outros governadores para tratar da proteção das fronteiras amazônicas, que é por onde passam drogas e armas que afetam o restante do pais.
Ao final do encontro, o governador de Rondônia, Confúcio Moura, avaliou como positiva a reunião para tratar da questão da segurança pública e as fronteiras. Apesar do discurso técnico dos ministros, Confúcio considera que há avanços.
Os governadores também falaram após os ministros e relataram o drama que vivem administrando rebeliões nos presídios, roubo de carros e outros crimes relacionados ao consumo e comercialização de drogas.
Os governadores do Pará, Simão Jatene; do Rio de Janeiro, Luiz Carlos Pezão; de São Paulo, Geraldo Alkmin e Marconi Perilo, entre outros oradores, insistiram, após o discurso dos ministros, em mostrar os problemas da segurança pública que enfrentam em seus estados.
“O discurso dos ministros é técnico, de do longo prazo. Os dos governadores é veemente, aflitivo, um pedido de socorro, de quem não pode esperar a crise passar para começar a agir”, avaliou Confúcio, que vê avanços na reunião, inclusive pelo fato dos estados estarem unidos em torno do mesmo tema.
O presidente Michel Temer, convidado para o evento, não veio por estar em repouso recomendado por médicos, mas mandou mensagem aos governadores. A procuradora-geral da República, Raquel Dodge e o presidente do Supremo Tribunal Federal, também convidados, não vieram e foram criticados pelo governador anfitrião do evento, Tião Viana.
FORÇAS
O ministro da Defesa Raul Jungmann sintetizou as falas discurso dos representantes do governo federal. Segundo ele, a solução passa necessariamente pela integração das forças estaduais e federais, com uso de tecnologia e compartilhamento de informações. Ele também reforçou uma proposta apresentada pelo ministro das Relações Exteriores Aloisio Nunes: a constituição de ações conjuntas com os países vizinhos.
Jungmann ainda detalhou as ações realizadas pelo Exército nas favelas do Rio de Janeiro. Ao comentar a participação dos militares nos presídios apresentou um quadro preocupante: um em cada dois apenados está armado. Em caso de conflito, as tragédias são, conforme ele, inevitáveis.
A participação do exército nas ações de combate ao crime organizado, sobretudo na fronteira com os países produtores de drogas são um pleito dos governadores da Amazônia Legal e constam em carta que será encaminhada ao presidente Michel Temer.
A questão da segurança nas fronteiras é inviável sem a cooperação internacional e para isto o Ministério das Relações Exteriores está comprometido com o estabelecimento de acordos com as agências de inteligência, segundo o ministro Aloisio Nunes.
CONVERGÊNCIA
Os ministros Torquato Jardim, da Justiça e Segurança, e do gabinete de segurança institucional, general Sergio Etchegyen, reforçaram o compromisso do Planalto com as preocupações dos governadores amazônicos, embora não firmassem o compromisso de oferecer o que o bloco da Amazônia Legal quer, que é o reforço das forças federais nas fronteiras, entre outros.
Para o secretário de segurança pública, defesa e cidadania de Rondônia, o governo federal trouxe propostas convergentes com as que estão na carta assinada pelos na câmara de segurança pública do Fórum de Governadores e que será encaminhada ao presidente Michel Temer.
“As fontes de recursos, a integração entre as forças policiais e os itens tratados no Pacto Integrador com representantes de todo o país estão contemplados pelos ministros. É uma conquista”, disse Caetano.
Fonte
Texto: Nonato Cruz
Secom - Governo de Rondônia
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