Terça-feira, 19 de outubro de 2010 - 17h44
Goeldi faz um histórico de ocupação bastante complexo, incluindo diferentes usos da terra /JOAQUIM CUNHA |
LUENA BARROS
Agência Museu Goeldi
BELÉM, Pará – O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) Biodiversidade e Uso da Terra na Amazônia, sediado no Museu Paraense Emilio Goeldi, sob a coordenação da ecóloga Ima Célia Guimarães Vieira, agrega grupos de trabalho com temáticas comuns relacionadas às conseqüências ambientais e sociais dos diferentes usos da terra na Amazônia no intuito de produzir cenários futuros para a biodiversidade.
Estruturado em 12 sub-projetos, alguns já iniciados, outros ainda a iniciar, o destaque deste INCT é a integração dos grupos que investigam, de forma multidisciplinar, os variados níveis de sustentabilidade na região.
No período de 2009–2010, primeiro ano de atuação, houve intensa atividade de pesquisa, o que culminou na publicação de 161 trabalhos científicos e 52 apresentações em conferências científicas nacionais e internacionais.
Os resultados preliminares obtidos pelos grupos de pesquisa contemplam vários sub-projetos, que, apesar de possuírem abordagens distintas para compreender a Amazônia no presente e no futuro, trabalham de forma integrada para atingir a complexidade da biodiversidade e das sociedades amazônicas.
O trabalho integrado dos subprojetos “Análise Custo-Benefício entre Conservação e Desenvolvimento na Amazônia Brasileira” e “Determinando os Custos Sociais e Ambientais de Queimadas na Amazônia” resultou na criação de uma rede de, aproximadamente, 400 pontos de amostragem nas regiões de estudo em Santarém-Belterra e Paragominas, no Pará, distribuídos em 20 bacias hidrográficas (c. 5000 ha em cada região).
Que relações existem entre alterações climáticas e padrões de diversidade? /MONTEZUMA CRUZ |
Decisões de uso e manejo
•Estas são consideradas regiões-chave, pois apresentam um histórico de ocupação bastante complexo e, portanto, incluem diferentes usos da terra. O objetivo da investigação multidisciplinar é entender os fatores que definem as decisões de uso e manejo da terra e as relações socioeconômicas e ambientais dessas mudanças.
• Enquanto aguarda a liberação de licenças da Funai e do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético para estudos nas áreas indígenas, a equipe do sub-projeto “Laboratório de Práticas Sustentáveis em Terras Indígenas no Arco do Desmatamento” apresentou o projeto na Terra Indígena Las Casas-PA, Xiepihu-rena e Paracui-rena (TI Turiaçu-MA) e Moikarakô (TI Kayapó-PA) para a tomada de decisões das respectivas comunidades.
• O grupo de pesquisa também considera os dados relativos aos impactos das queimadas sobre a biodiversidade da floresta, que foram coletados em quatro regiões da Amazônia – Resex Chico Mendes (AC), Querência (MT), Ilha de Maracá (RR) e Resex Tapajós-Arapiuns (PA) – onde grupos de formigas, besouros, pássaros e árvores foram amostrados e estão sendo analisados.
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