Segunda-feira, 9 de agosto de 2010 - 11h05
CTG de Rolim de Moura adequou-se à realidade da multifacetada população migrante: pode receber até cinco mil pessoas /MONTEZUMA CRUZ |
MONTEZUMA CRUZ
Amazônias
ROLIM DE MOURA, Zona da Mata, Rondônia – Dizem que o maior Centro de Tradições Gaúchas do País está nesta cidade com 50 mil habitantes, na Zona da Mata do Estado de Rondônia, a 519 quilômetros de Porto Velho. Nele cabem cinco mil pessoas.
Com algumas peculiaridades, este CTG não recebe apenas gaúchos, explica seu patrão, o empresário Luiz Ademir Schock, atual presidente da Associação Comercial do município. Ele pretende verificar as medidas dos demais CTGs no Rio Grande do Sul e em outros estados, para “tirar a teima”.
– Rondônia acompanha a modernidade e respeita todas as nacionalidades. Também recebeu e ainda recebe gente de todos os estados. Aqui na região temos paulistas, mineiros, nordestinos e até cariocas. Por que não abrir as portas para eles? Precisamos de todos! – ele diz, alegre.
No domingo passado, ele comandou o almoço em homenagem aos pais. Foram servidos arroz, costela, farofa, salada, cervejas e refrigerantes.
A sede no Bairro Olímpico foi reinaugurada com gente dos dois extremos do Estado: vieram visitantes de Porto Velho e de Vilhena (divisa com Mato Grosso). A nova pista de dança que estreou no 11º Rolim Chopp Fest, em três de abril, ferverá no próximo dia três de novembro, data de aniversário do centro, quando a banda “Tradição”, uma das melhores do País, animará o baile.
Jovens participam do almoço do Dia dos Pais no domingo. Direção pretende transformar o recinto no ponto de encontro das famílias de Rolim |
Aroeira da região e eucalipto do Paraná
O CTG fica num terreno de 20 mil metros quadrados. Mede 65 m de comprimento por 50 m de largura. O palco tem espaço para receber folgadamente cerca de 60 músicos, e estes dispõem de dois camarins equipados com camas e banheiro. Schock providencia a aquisição de sofás. Também pretende reunir a diretoria para decidir a recuperação do bolão.
Os investimentos somaram até agora R$ 1 milhão, calcula o empresário Benedito José da Mota, que projetou a obra. A construção anterior, erguida nos anos 1980, estava abandonada. Fundado em 15 de agosto de 1984, o CTG conserva o lema “Tradição, Cultura e amor à querência”. Seu terreno estava incluído nas terras devolutas sob administração da prefeitura e foi reivindicado pelo farmacêutico e bioquímico Joaquim Cunha da Silva.
– Não podíamos continuar com a sede antiga, por causa das deteriorações – comenta Mota. Ela durou de 1983 a 2004. A partir daí, os empresários começaram a providenciar tudo com muito zelo.
– A gente tinha que fazer de tudo para oferecer o que a cidade merece – acrescenta Mota. Ele mesmo arregaçou as mangas, supervisionou o desmanche da antiga sede e comandou diretamente todo o serviço durante o período inteiro da reconstrução. Orientou a colocação de um grande exaustor, cuidou das churrasqueiras, do piso com ladrilhos, das luminárias de ferro e vidro fosco, dos banheiros, das chopeiras e das bilheterias com janelas envidraçadas.
O que mais chama atenção no prédio é a sua sustentação, feita com a madeira de 80 árvores de aroeira da região. Cinco carretas transportaram eucaliptos adquiridos da Klabin Reflorestamento, em Telâmaco Borba (PR). A madeira foi envernizada em Rolim. Segundo os empresários, a operação teve transtornos nas rodovias, devido a extensão dos eucaliptos, que ultrapassavam as carrocerias.
Cunha, Mota e Schock: um esforço permanente para oferecer a Rondônia o maior CTG da Amazõnia e, possivelmente, do País |
Outros ritmos
Vanerão, vaneira, chamamé e milonga podem não ser tão freqüentes, em se tratando de uma cidade multifacetada de migrantes, mas sem a predominância gaúcha que ocorreu em Vilhena. Os ritmos fogem da música gaúcha, misturando sons que também atraem jovens nascidas aqui e que ainda não conhecem as tradições gaúchas. Assim, por exemplo, se apresentaram este ano “Alma Serrana”, com um impecável tchê music, e o “Flash Music”, grupo especializado em som gaúcho jovem.
– Mas chegará a hora de trazermos também o baião e o imperdível forró – promete Schock.
Do camarote no alto da entrada do prédio, os convidados especiais podem desfrutar de uma visão geral da pista de dança e dos demais espaços. Nos próximos bailes a diretoria colocará mesas especiais nesse espaço, estipulando preços condizentes ao número de ocupantes.
Com camaradagem e organização, o CTG de Rolim já recebeu governador, senadores e deputados federais. A cidade é conhecida como a Corte de Rondônia, por concentrar na estrutura do Poder o atual governador João Cahula; o ex-governador Ivo Cassol; o senador Valdir Raupp; a deputada Marinha Raupp. Todos são domiciliados aqui.
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