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Amazônias

Debate da matriz energética apóia conservação da Amazônia


 

 

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Com Assessoria da ANDES

 

PORTO VELHO — Cerca de 200 pessoas participaram do Seminário Nacional: Ambiente e Matriz Energética, organizado pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN). Pela manhã, os participantes analisaram social e politicamente os empreendimentos hidrelétricos na Amazônia e discutiram a matriz energética nacional.

O debate foi precedido de uma palestra com o professor Dorival Gonçalves Júnior, do Departamento de Engenharia da Universidade Federal de Mato Grosso. À tarde debateu-se o impacto ambiental das centrais hidrelétricas. A discussão também foi precedida de uma palestra, desta vez com o professor Antônio Libério Philomena, da Universidade Federal do Rio Grande. Participaram dos debates representantes de movimentos populares, sindicais, indígenas e do Ministério Público.

Manifesto

Eles aprovaram um manifesto no qual se colocam favoráveis à luta travada na Amazônia pela preservação do ambiente e dos grupos humanos que ali vivem harmoniosamente nesta região. Eles repudiam o projeto de exploração “que visa transformar a água em mercadoria e os rios em corredores de escoamento de soja e demais produtos provenientes do agronegócio”.

Debate da matriz energética apóia conservação da Amazônia - Gente de Opinião

Conservação dos ecossistemas que beneficiem seres humanos, plantas e animais na Amazônia fez parte das discussões em Porto Velho /MONTEZUMA CRUZ

Os participantes foram ao centro de Porto Velho, chamando a atenção da população para eventuais prejuízos que os projetos de construção de hidrelétricas na Amazônia, entre as quais, Belo Monte, poderão trazer trarão para o meio ambiente e a biodiversidade.

Confira aqui o documento:

Carta aberta em apoio às vítimas de hidrelétricas na Amazônia:



“Nós, reunidos no Seminário Nacional: Ambiente e Matriz Energética, organizado pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino
Superior (ANDES-SN), no dia 28 de maio de 2010, em Porto Velho, Rondônia, apresentamos através desta carta nossa posição em favor da luta travada na região da Amazônia pela preservação do ambiente e dos grupos humanos que vivem harmoniosamente nesta região e de repúdio, ao projeto de exploração que propõe tornar nossos rios corredores de escoamento de soja e toda sorte de produtos do agronegócio e nossas águas em mercadoria.

“Propomos uma revisão do modelo de ‘progresso’ adotado pelo Governo Federal, insistente na manutenção de grandes projetos para a Amazônia, como os aproveitamentos de Santo Antônio e Jirau, em Rondônia e a recentemente leiloada usina de Belo Monte, que destruirá boa parte de uma área riquíssima de biodiversidade, patrimônio da humanidade, a Volta Grande do Xingu. Estes projetos vêm acompanhados do discurso da sustentabilidade, que serve de “maquiagem” para adaptações puramente técnicas que objetivam a sustentabilidade do próprio modelo capitalista.

“É nosso dever, enquanto ribeirinhos, indígenas, quilombolas, trabalhadores da cidade e do campo e da sociedade civil de uma forma ampla, alertar para o prejuízo sofrido com a adoção destas práticas exploratórias que historicamente fizeram prevalecer às vontades do capital em detrimento da população e que se reveste com a armadura da “sustentabilidade”. Além disso, faz-se necessário chamar a atenção para a atuação do BNDES, que age como financiador destes projetos que massacram nossas formas de vida.

“Propomos também que os modelos atuais para o desenvolvimento da Amazônia e do Brasil sejam revistos a fim de atender as necessidades reais das populações que aqui vivem. Que a noção de sustentabilidade passe a apropriar-se conhecimentos tradicionais locais e não seja apenas um mecanismo discursivo para a manutenção do modo de produção capitalista.

“Que os valores da energia elétrica sejam revistos, pois a privatização de nossos rios não reduziu os valores que somos obrigados a pagar. Ter clareza de que o ser humano faz também parte do ambiente, e não eleger uma visão fragmentada sobre este fato é essencial para tomarmos uma atitude afirmativa e combativa para dar voz aos movimentos que lutam por uma política energética justa. Pela visibilidade das comunidades locais e por um projeto popular para o Brasil, que atenda aos anseios da população, pautado na participação nos processos de decisão que as atingem.

“Desta forma, nos unimos a todas as comunidades, brasileiras e também de fora do nosso país, para manifestarmos nosso repúdio ao modelo econômico que exclui as populações das tomadas de decisão que modificarão irreversivelmente suas vidas. Propomos que se unam nós todos aqueles que se mantêm resistentes aos modelos ditados de cima para baixo sem levar em consideração suas formas de vida.

 

ANDES-SN, ADUNIR, MAB, Inst. Madeira Vivo, CJP – Arquidiocese de Porto Velho, CIMI, Viva Xingu Vivo para Sempre, Movimento de Mulheres do Campo e da Cidade estado do Pará, Faculdade Católica de Rondônia.

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