Quarta-feira, 18 de dezembro de 2013 - 16h22
MARA PARAGUASSU
De Brasília
O Ministério Público de Rondônia tem sido acionado por diretores e profissionais das escolas públicas do Estado por causa da falta de vigilantes, retirados em razão do cancelamento do contrato entre o governo e a empresa que os contratava. Em Vilhena (a 750 quilômetros de Porto Velho), uma escola assaltada fica em frente ao posto da Polícia Militar.
A informação foi dada nesta quarta-feira (18) pelo deputado federal Padre Ton (PT-RO), que tem recebido manifestação de diretores e professores descontentes com a situação por temerem assaltos nas unidades escolares. “O Ministério Público em Porto Velho também recebeu muitas reclamações e iniciou procedimento para averiguar o que está acontecendo no âmbito do governo para ter rescindido contrato sem adotar outras providências relativas à segurança da comunidade escolar”, diz.
“É preocupante a situação”, ele disse ontem, no plenário da Câmara. “O argumento do governo foi de fazer economia, e que ia oferecer segurança equipando as escolas, investindo em monitoramento eletrônico, mas até agora nada. E só na capital já foram registrados, conforme a imprensa, mais de uma dezena de assaltos”.
Equipada com “grande sacrifício” da comunidade escolar, nas palavras da professora Marlene Silveira, o Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos de Vilhena (CEEJA), através do Conselho Escolar, foi ao Ministério Público no último dia 6 de dezembro.
O presidente do Conselho, Flávio Roberto, subscreve documento em que registra ter a escola “bens patrimoniais de grande valor econômico” e que sem a vigilância privada antes existente o estabelecimento será “alvo de fácil acesso aos vândalos e marginais”.
Diante do quadro, o Conselho pede “providencias necessárias para a proteção do patrimônio tão valioso”. O CEEJA possui, entre outros equipamentos, 35 computadores, três notebooks e doze impressoras.
“Nossa escola é linda, aberta à comunidade, que tem acesso a curso de informática, toda equipada com o esforço dos profissionais que nela atuam. O que o governo fez não tem cabimento. Se não pode ter empresa privada na segurança, tampouco podemos contratar, pois a lei 680, de 2012, que definiu o Plano de Cargos e Salários dos Servidores públicos de Rondônia não contempla vigilante escolar”, reclama a professora Marlene.
Padre Ton diz que a revolta nas escolas de Vilhena é grande com o documento enviado pela Representação da Secretaria da Educação com orientações para o caso da “escola ser danificada ou arrombada.”
“O documento orienta, entre outras coisas, a escola a encaminhar um ofício solicitando à Seduc a reposição de bens furtados ou danificados. Isso mostra que o governo não dá valor ao que se tem, não está preocupado com o patrimônio, o que é um exemplo ruim, péssimo para funcionários pouco zelosos com o que é público”, diz o deputado, opinando ainda ser uma “contradição” o governo demonstrar disposição para repor o material roubado, significando mais gasto público, e promover suposta economia com o corte dos vigilantes terceirizados.
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