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Derivados de castanha chegam ao noroeste mato-grossense


 Derivados de castanha chegam ao noroeste mato-grossense - Gente de Opinião

Região mais de 38 mil pessoas dos municípios de Aripuanã, Brasnorte,  Colniza, Cotriguaçu,
Castanheira, Juruena e Juína, dos quais 5 mil são indígenas, recebe derivados de castanha

 

ANDRÉ ALVES
Pauta Socioambiental

 

A partir de uma parceria entre a Associação de Mulheres Cantinho da Amazônia (AMCA) e a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), entidades beneficentes e comunidades indígenas de sete municípios da região Noroeste de Mato Grosso, passam a receber produtos à base de castanha do Brasil. A parceria foi firmada no âmbito do Programa de Aquisição de Alimentos – Doação Simultânea e prevê a distribuição de mais de 50 toneladas de alimentos em forma de macarrão e biscoitos de castanha.

A AMCA nasceu no assentamento Vale do Amanhecer, em Juruena (MT), produzindo basicamente biscoitos de castanha e tem atualmente mais de 124 associadas e diversos produtos. As mulheres estão em permanente capacitação, participam de feiras e exposições pelo país e já receberam até um prêmio nacional de reconhecimento pela iniciativa. Pelo programa, a Conab compra a produção das associadas da AMCA para entregar os alimentos para pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional, atendidas por programas sociais locais.

No total, serão atendidas mais de 38 mil pessoas dos municípios de Aripuanã, Brasnorte, Colniza, Cotriguaçu, Castanheira, Juruena e Juína, dos quais 5 mil são indígenas. Lucinéia Machado, técnica do projeto Poço de Carbono Juruena, que apóia a AMCA nesta iniciativa, explica que a prioridade deste projeto é atender entidades como hospitais, pastorais, casas do idoso e Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAEs). “Além dessas entidades, nós também vamos entregar alimentos para onze etnias indígenas, dentre as quais, quatro já  fornecem a matéria-prima para a associação”, explica.

Para atender as comunidades da região, Lucinéia ressalta o apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai). “Fazer os produtos a base de castanha chegar às aldeias, é mais que uma doação, é um reconhecimento aos povos que mantém a floresta em pé a partir do extrativismo sustentável”, reconhece.

Leonilda Grassi, presidente da AMCA e moradora do assentamento Vale do Amanhecer, afirma estar feliz com o resultados da associação e deste novo projeto com a Conab. “Nós estamos contentes, pois é um trabalho que começamos há alguns anos e que está aumentando cada vez mais”, anima-se. Para ela, mais do que uma fonte de renda para o assentamento, é uma forma de valorização do trabalho da mulher e de que é possível viver dignamente em assentamentos. “Com o nosso trabalho feito no assentamento com a castanha que vem da floresta nós mostramos que não precisamos sair do assentamento e nem derrubar a nossa reserva legal para vivermos bem”, finaliza.

NOTA
A AMCA é uma das entidades que recebe apoio do projeto Poço de Carbono Juruena, desenvolvido pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena (Aderjur), patrocinado pela Petrobras por meio o Programa Petrobras Ambiental. Juntamente com a Cooperativa de Agricultores do Assentamento Vale do Amanhecer (Coopavam), a associação recebe assessoramento do projeto para elaboração e gestão de projetos, capacitações e busca de novos mercados e parceiros.

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