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Desova e soltura de filhotes de tartarugas podem entrar para o calendário turístico


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A desova, eclosão, nascimento e a soltura de milhares de filhotes de tartarugas e tracajás todos os anos nos meses de outubro a dezembro nas praias do Rio Guaporé, fronteira brasileira com a Bolívia, são atrativos do ciclo de reprodução de quelônios da Amazônia que poderão ser incluídos no calendário turístico estadual.

 

A campanha será lançada pela Associação Comunitária Quilombola e Ecológica do Vale do Guaporé (Ecovale) no próximo dia 28 de dezembro, durante o ato da soltura de milhares de filhotes de tartarugas e tracajás, às 9 h, na praia do Dionísio região do município de São Francisco do Guaporé, em Rondônia.


Segundo José Soares Neto, “Zeca Lula”, presidente da entidade o espetáculo começa em outubro com o fenômeno da desova, seguido da eclosão dos ovos e nascimento dos filhotes, e por isso os ambientalistas decidiram apresentar a proposta à Superintendência Estadual de Turismo (Setur) já no início de 2015.
 

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Ovos de tartaruga na cova
 

Durante o período da desova, em apenas um dia entre 400 e 3 mil tartarugas desovam nas praias do Rio Guaporé e seus afluentes, transformando as areias num raro fenômeno para ser visto por visitantes e turistas.
 

Este ano, está prevista a presença do presidente da Bolívia Evo Morales e uma comitiva de ministros, governadores e prefeitos, e de representantes brasileiros e correspondentes estrangeiros de jornais e televisões.
 

A expectativa, no entanto, é de a quantidade de filhotes que será solta na praia do Dionísio não ultrapasse a média dos anos anteriores, em virtude da cheia atípica dos rios da região e que destruiu milhares de covas. Na Praia Alta, por exemplo, onde a Ecovale previa retirar 800 mil filhotes, os voluntários conseguiram salvar apenas 5 mil tartaruguinhas.
 

Quelônios do Guaporé
 

Os ambientalistas estimam que por intermédio do “Projeto Quelônios do Guaporé” foram soltos nos rios da região cerca de 10 milhões de filhotes de tartarugas e tracajás. O projeto nasceu da necessidade de conscientizar a população local para não consumir a carne e ovos das espécies ameaçadas de extinção, e nem praticar a caça predatória.


O projeto de educação ambiental atua no repovoamento dos rios e ganhou como aliada a população ribeirinha que se transformou na maior defensora da principal espécie nativa. Antes do trabalho de combate à captura ilegal das espécies e repovoamento dos rios da região, as tartarugas somente buscavam as praias para desovar à noite. “Agora elas têm tanta confiança que voltaram a desovar durante o dia”, lembra Zeca Lula.
 

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Nasce por dia nos berçários naturais das praias 1,4 milhão de filhotes, espetáculo que chama a atenção de qualquer turista ou visitante que chegar aos municípios de São Francisco do Guaporé e Costa Marques.

 

Em 2013, foram devolvidos à natureza mais de 1,8 milhão de filhotes de tartarugas e outros 5,3 mil de tracajás. Pelo processo de reprodução natural a taxa de sobrevivência é estimada em menos de 0,1% e com o projeto de manejo e uso dos berçários a taxa de sobrevivência varia de 12 a 15%.



Fonte
Texto: Abdoral Cardoso
Fotos: Rosinaldo Machado
Decom - Governo de Rondônia

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