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El Niño mais forte aumenta risco de queimadas no leste da Amazônia


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Com a intensificação do fenômeno El Niño, em 2015, as águas estão mais quentes na superfície do Pacífico, levando à supressão de chuvas no leste da Amazônia e ao aumento do risco de queimadas. Maranhão, Mato Grosso e Pará são os estados brasileiros com maior risco de queimadas este ano.Divulgação/Doug Morton/Nasa


A previsão de risco de queimadas para a Floresta Amazônica em 2015, baseada em dados de satélites, foi divulgada hoje (4) pela Nasa e aponta que a intensidade de incêndios na região vai variar muito entre as porções leste e oeste da floresta. O oeste sofre risco mais baixo de queimadas que nos anos anteriores, enquanto o leste tem risco maior este ano. A previsão foi feita a partir de uma metodologia criada por cientistas da Nasa e da Universidade da Califórnia.
 

De acordo com a previsão, o clima da porção oeste da Amazônia é influenciado pela temperatura das águas do oceano Atlântico tropical, enquanto a parte leste sofre influência do oceano Pacífico.
 

Com a intensificação do fenômeno El Niño, em 2015, as águas estão mais quentes na superfície do Pacífico, levando à supressão de chuvas no leste da Amazônia e ao aumento do risco de queimadas. Maranhão, Mato Grosso e Pará são os estados brasileiros com maior risco de queimadas este ano.
 

Segundo os pesquisadores, se o El Nino continuar a se intensificar, o risco de queimadas também vai aumentar na parte central da Amazônia. Caso isso ocorra, eles anunciaram que vão desenvolver uma previsão especificamente para a região norte da Amazônia. Para os especialistas, a relação entre o El Nino e o aumento do risco de queimadas em Roraima é tão consistente, que nem seria preciso usar o modelo de previsão para estimar o aumento do risco de queimadas na região.
 

Ao mesmo tempo, as águas do Atlântico Norte tropical estão mais frias que a média, o que deve levar a maiores volumes de chuva no oeste da floresta, que ocupa partes da Bolívia e do Peru, além do Brasil.
 

A temporada de incêndios da floresta começa em maio, tem o pico em setembro e termina em janeiro. Pelo modelo, as condições da Amazônia no fim do período chuvoso impactam nas queimadas durante o período seco. Em geral, o aumento das temperaturas das águas dos oceanos no período úmido leva à redução das chuvas e da umidade dos solos no início da estação seca. E condições mais secas na Amazônia levam à queimadas mais severas ao final da estação de estiagem.
 

Outra informação. levada em conta pelo modelo de previsão, é a quantidade de águas subterrâneas na região. Este ano, o risco de incêndios vem acompanhado de uma seca severa nas regiões Nordeste e Sudeste do Brasil, onde informações de satélites mostraram uma contínua redução no volume das chuvas e diminuição da água subterrânea, associada a precipitações abaixo da média.
 

O modelo de previsão de gravidade de queimadas na região amazônica foi desenvolvidos por um grupo de cientistas da Universidade da Califórnia com a NASA em 2011. As previsões passaram a ser divulgadas em 2012, e com exceção da previsão de 2013, foram bem precisas. Para desenvolver o modelo, os cientistas compararam informações históricas de queimadas coletadas por satélites com dados da temperatura do Pacífico tropical e do Atlântico Norte, obtidas pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos.

 
Fonte:  Maiana Diniz – Repórter da Agência Brasil

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