Terça-feira, 2 de novembro de 2010 - 19h57
Lixo de todos os tipos se acumula na beira do rio Juruá, mobilizando estudantes para conscientização de ribeirinhos /MONTEZUMA CRUZ |
AGÊNCIA ACRE
CRUZEIRO DO SUL (AC) -Estudantes do Ensino Fundamental e Médio da Escola Estadual Madre Adelgundes Becker, no Bairro Miritizal, à margem direita do rio Juruá, em Cruzeiro do Sul, passaram duas semanas em atividades de conscientização conversando com ribeirinhos, catraieiros e outros que trabalham ou transitam pela imensa praia que se forma no verão.
Eles distribuíram adesivos com a frase: “Seja consciente, não jogue lixo no rio”. Os alunos se dispuseram também, a recolher o lixo acumulado na praia e se espantaram com a quantidade recolhida.
Somente em um dia recolheram mais de 50 sacos de lixo com diversos itens, entre os quais, pedaços de isopor, vários tipos de metais, pedaços de madeira e sacos plásticos.
Cinqüenta sacos plásticos cheios de lixo em apenas um dia. Despoluição só acontece com boa vontade de quem mora ou usa a margem do rio /AGÊNCIA ACRE |
Um rio agredido
Um dos coordenadores, o professor Evanilson Almeida, diz que a ação é parte da execução de um projeto idealizado pela professora Fernanda Márcia Almeida. Por ser aluna do curso de Biologia da Universidade Federal do Acre, Campus Floresta, ela buscou a parceria da universidade, especialmente do curso de Biologia.
O projeto encerrou suas atividades no final da semana, ocasião em que a professora Valquíria Garrote, do curso de Biologia, proferiu uma palestra.
O professor explica que a Escola decidiu adotar o projeto devido à carência que as pessoas da região têm com relação à coleta de lixo e escolheu a beira do rio porque o rio Juruá vem sofrendo grandes danos em suas margens e no seu leito.
– É surpreendente o volume de danos que o rio vem sofrendo por conta da ação humana – constata.
Urubus estão presentes no cotidiano da população ribeirinha de Cruzeiro do Sul (AC) /MONTEZUMA CRUZ |
Todo cuidado é pouco
A irregular descarga de lixo a céu aberto, sem as necessárias medidas de proteção, causam um grande desconforto e inúmeros malefícios à saúde dos moradores do seu entorno, acarretando, sem dúvida alguma, diminuição da qualidade de vida gerada pelo mau cheiro e pela proliferação de insetos. Afora isso, os “lixões” urbanos a céu aberto constituem-se um sério problema em relação ao meio ambiente e à saúde.
Algumas substâncias descartadas no meio ambiente podem causar danos irreversíveis, como por exemplo, o mercúrio das pilhas encontradas no lixo doméstico. Esta substância representa um dos mais sérios e graves problemas de contaminação do homem e do meio ambiente.
Quando depositadas em “lixões”, o mercúrio contamina a terra e a água (lixiviação para o lençol freático), entrando com facilidade na cadeia alimentar, o que representa um perigo potencial para o homem, já que ele se alimenta dos peixes ou aves das áreas vizinhas aos lixões.
Além disso, a ação tóxica do mercúrio afeta o sistema nervoso central, provocando lesões no córtex e na capa granular do cérebro. São observadas alterações em órgãos do sistema cardiovascular, urogenital e endócrino. Em casos de intoxicações severas, os danos são irreparáveis.
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