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Exército, PM e Bope pressionam indígenas acampados em Brasília


 
 


ANA MARIA MEJIA
Amazônias

 
 

BRASÍLIA — O deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) solicitou, nesta sexta-feira, 30, a suspensão da operação de retirada dos índios que estão acampados em frente ao Ministério da Justiça, na Esplanada dos Ministérios, aguardando a audiência pública do próximo dia 5 de maio no Senado Federal. Líderes indígenas da Amazônia, do Nordeste, do Centro-este e do Sul do País começaram a acampar em Brasília em janeiro deste ano.
 
 

No documento, Hauly também solicita a proteção e garantia de assistência alimentar, de abrigo e translado para os indígenas. Na mensagem encaminhada ao ministro da Justiça Luiz Paulo Teles Barreto informa que a chefe de gabinete do órgão foi a responsável pelo pedido de retirada do acampamento.
 

O grupo de cem índios, entre eles mulheres e crianças, denunciou que na madrugada de quarta-feira houve uma tentativa de expulsão com o uso da força policial do Distrito Federal.
 

— O aparato policial chegou às 4h30 da madrugada — Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Rondas Ostensivas, Tático Móvel (Rotam), ônibus e viaturas da Polícia Militar, Exército, funcionários do GDF, cachorros, ambulância, trator, homens com motoserras, num clima de pressão e violência — contou o líder do acampamento Carlos Pankararu.

 

Ocupação pacífica
 

Os índios temem que a qualquer momento haja a expulsão do grupo. No documento, o deputado esclarece que os índios estão acampados pacificamente.
 

— Os índios estão acampados pacificamente aguardando a formação de uma comissão de negociação para debater o Decreto 7056/2009, contestado pelos índios — alertou Hauly.

Exército, PM e Bope pressionam indígenas acampados em Brasília  - Gente de Opinião
Para os líderes indígenas, a presença de policiais e funcionários do GDF no acampamento não vai intimidá-los /FOTO FEITA POR UM ÍNDIO


 

Eles ocupam a Esplanada dos Ministérios em protesto contra o decreto que extinguiu postos e administrações regionais da Funai, deixando funcionários sem lotação e comunidades sem atendimento.
 

 O documento foi encaminhado ao Procurador Geral da República, aos presidentes da Câmara dos Deputados, Michel Temer e do Senado José Sarney, a seção de Direitos Humanos da OAB, ao comandante da PM do Distrito Federal.

 
 

Querem tirá-los na escuridão da noite
 

(Do Blog Acampamento Revolucionário)
 

BRASÍLIA — ”Funai está mandando policiais para retirar os indígenas do Acampamento. Fonte da presidência da Funai informa que o Presidente do órgão, Márcio Meira, junto ao Ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, pediu ao comandante Martins – do DF - que retire os indígenas hoje mesmo da Esplanada dos Ministérios, pois consideram que “os indígenas estão deixando muito feia a frente do Ministério”.
 

A invasão se dará à noite, para não haver testemunhas – visto que a Esplanada fica deserta. A fonte informa ainda que será celebrada – em breve — uma Missa Campal no palco situado a menos de 100 metros do acampamento, portanto, as autoridades querem “limpar o terreno” o quanto antes.
 

Os indígenas estão ocupando a Esplanada dos Ministérios em protesto ao decreto presidencial 7056, que fere a Constituição e ostratados internacionais dos quais o Brasil é signatário, retirando direitos e extinguindo postos e administrações regionais – deixando funcionários sem lotação e comunidades sem atendimento ou proteção. Após a publicação do decreto, no dia 28/12/2010, Terras Indígenas foram invadidas, seres humanos morreram e comunidades ficaram totalmente fragilizadas.
 

O acampamento indígena promete não recuar e responsabiliza todo e qualquer derramamento de sangue ao Presidente da Funai, ao Ministro da Justiça e ao Presidente Lula. A imprensa está sendo acionada.
 

A invasão é um ato de desespero do governo federal, que ficou acuado ontem, dia 28 de abril de 2010, na Audiência Pública realizada no Anexo II da Câmara dos Deputados, em Brasília, sendo a atual gestão da Funai acusada de corrupção, nepotismo, má-gestão, desvio de recursos e equipamentos, extinção de projetos sociais e culturais, perseguição a servidores, intolerância racial, intolerância religiosa, crime de ódio racial e, por fim, Crimes Contra a Humanidade”.

 

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