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Terras onde estão as famílias camponesas em Capivari produzem café e outros produtos / DIVULGAÇÃO |
EPAMINONDAS HENK
Amazônias
ARIQUEMES, Rondônia — A Liga dos Camponeses Pobres (LCP) de Rondônia e da Amazônia Ocidental denunciou nesta quinta-feira o iminente despejo de 50 famílias numa área de 2,5 mil hectares de terras conhecida por Capivari, a 190 quilômetros deste município, na BR-421, no entorno do Parque Estadual de Guajará-Mirim.
Em março, o juiz agrário de Porto Velho, Adolfo Theodoro Naujorks Neto, deu ganho de causa a Agripino Azevedo Anjos e determinou a retirada das famílias até o próximo dia 15 de maio.
Segundo a LCP, desde 2004 um mapa do próprio Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) comprovava que a área ocupada por camponeses pertencia à União. A região de Buritis tem um histórico de massacre de camponeses por representantes de latifundiários, no entanto, opõe resistência às suas pressões.
— As terras do Capivari têm dono: quem nelas trabalha e produz. Viva a Revolução Agrária! — protesta a LCP. A entidade acredita que a decisão judicial favoreceu a grilagem e pode dar margem a um conflito.
Há mais de cinco anos as famílias camponesas produzem e comercializam arroz, feijão, café, banana, cacau, entre outros produtos.
Antes delas ocuparem essa área, ali havia apenas mata e capoeirão. Conforme testemunha a LCP, o favorecido pela decisão judicial, Agripino Azevedo, raramente aparecia, a não ser para retirar madeira.
— Ele sempre se disse dono do local. Em 2006 o ouvidor agrário nacional, Gercino da Silva Filho prometeu, durante uma audiência no Fórum de Buritis, que não haveria despejo dessas famílias, pois a área é de conflito agrário, em terras da União.

Segunda-feira, 28 de abril de 2025 | Porto Velho (RO)