O governo federal apresentou na quarta-feira (21) o Sistema Integrado de Alerta de Desmatamento (SIPAMSar), criado para ampliar a capacidade de detectar o desmatamento na Amazônia e auxiliar na preservação da floresta.
O sistema de alerta foi desenvolvido pelo Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), órgão subordinado ao Ministério da Defesa, e utiliza imagens obtidas por meio de satélites.
A criação e aprimoramento do sistema integram um projeto batizado de Amazônia SAR. Segundo o Censipam, o sistema tem capacidade de detectar ainda em fase inicial o desmatamento na Amazônia, mesmo entre outubro e abril, período com maior concentração de nuvens na região. Os dados complementam os obtidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Em um primeiro momento do projeto, o monitoramento do desmatamento era feito por meio de imagens obtidas por câmeras acopladas em um avião, que sobrevoava a região amazônica. Na nova etapa, o monitoramento é feito desde o ano passado com imagens fornecidas por satélites em órbita.
Presente na apresentação do sistema, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou que o SIPAMSar permitirá uma “revolução” no combate o desmatamento.
“Essa ferramenta, que já está funcionando desde outubro, ela vai permitir uma autêntica revolução na defesa da natureza e da Amazônia. Temos a capacidade em tempo real, durante todos os meses do ano, de detectar qualquer desmatamento que aconteça, com precisão, na Amazônia brasileira”, disse Jungmann.
Alta resolução
Um dos avanços da tecnologia, conforme o ministro, é fornecer imagens com alta resolução apesar da forte presença de nuvens na região entre outubro e abril.
“Anteriormente, se tinha capacidade de captar imagens e a degradação, a atuação de mineradoras, a atuação de madeireiras apenas durante cinco meses do ano”, destacou.
Segundo Jungmann, o sistema gera informações em tempo real e também vai auxiliar no combate a outros crimes, como mineração clandestina e tráfico de drogas e armas.
Na apresentação do sistema, foi explicado que os dados fornecidos por meio de satélites em órbita são processados e geram imagens que indicam alterações na cobertura da terra. A imagens são disponibilizadas a centros regionais (Belém, Porto Velho e Manaus) para análise, interpretação e geração dos alertas de desmatamento.
Conforme o Censipam, os alertas ficam à disposição de órgãos como Ibama e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). As informações subsidiam ações de combate ao desmatamento.
Fonte: G1