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Grupo francês vê Juruena


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ANDRÉ ALVES
Pauta Socioambiental

Um grupo composto por representantes do Fundo Francês para Meio Ambiente Mundial (FFEM) e do Ministério do Meio Ambiente Francês conheceu o projeto Poço de Carbono Juruena, patrocinado pelo Programa Petrobras Socioambiental. A visita feita em abril no município de Juruena, Noroeste de Mato Grosso, contou com a participação de um pesquisador do Centro Internacional de Pesquisa Florestal (Cifor), do diretor da ONF Internacional, pesquisadores da ONF Brasil e do secretário Municipal de Agricultura de Juruena.

Despertou o interesse do grupo o fato de o projeto Poço de Carbono Juruena ser multifacetado, atuando desde a reconversão produtiva de áreas alteradas, estruturação de cadeias produtivas e comercialização dos produtos, assim como ações de educação ambiental. Estas ações objetivam empoderar os atores locais envolvidos, para garantir a continuidade das ações do projeto.

O FFEM é co-financiador do projeto Plataforma Experimental pela Gestão dos Territórios Rurais da Amazônia Legal (Petra), que está sendo desenvolvido na Fazenda São Nicolau, em Cotriguaçu (MT), para contribuir para o desenvolvimento sustentável do Noroeste do Mato Grosso. Essa região é considerada piloto para as políticas públicas, pois permite tornar compatível o crescimento da fronteira agrícola com a conservação das florestas.

O grupo visitou propriedades rurais de famílias participantes do projeto. Durante as visitas, Paulo Nunes, coordenador do Poço de Carbono Juruena contextualizou a macrorregião de Juruena, assim como os principais desafios enfrentados pelos agricultores familiares e indígenas da região. Na seqüência, foi abordada a atuação do Projeto frente às dificuldades regionais observadas e os resultados já obtidos durante os quatro anos de trabalho.

O grupo foi recebido pelos diretores da Cooperativa de Agricultores do Vale do Amanhecer (Coopavam) para entender melhor a dinâmica entre a cooperativa, os cooperados e a comunidade. Também foi apresentada toda a estrutura da Coopavam e os procedimentos para o beneficiamento da Castanha do Brasil, que tem apoio do projeto Poço de Carbono Juruena, os custos de produção, mercados que a cooperativa acessa, preços praticados, impactos da cooperativa no desenvolvimento local, manutenção da floresta em pé a partir do Extrativismo de Produtos Florestais Não Madeireiros, entre outros.

Richard Eba'a Atyi, pesquisador do Cifor comentou que na região existem áreas muito grandes abertas, com poucos animais por área, “o que não é desejável”. A observação do pesquisador é a mesma que levou a equipe do projeto Poço de Carbono Juruena a desenvolver seus trabalhos no Noroeste de Mato Grosso.

O agricultor familiar Cláudio Marques Cardoso, dono de uma das propriedades visitadas demonstrou o quanto sua vida melhorou com o projeto. "Antes, a área era de pastagem, degradada e subutilizada", explica. "Com os trabalhos desenvolvidos em conjunto com o Poço de Carbono Juruena, hoje tenho uma Agrofloresta em formação”, complementa.

Para a Aderjur é muito importante que os resultados dos trabalhos desenvolvidos pelo Projeto Poço de Carbono Juruena tenham despertado interesse de tantas pessoas, afirmou Paulo Nunes. Estes resultados conquistaram o reconhecimento das Nações Unidas e como conseqüência o interesse de representantes do Ministério Público do Mato Grosso e de Brasília, técnicos do Banco Mundial dos EUA, técnicos de Universidades da América Latina e de diversos projetos desenvolvidos na região amazônica, e agora deste grupo de representantes de organizações multilaterais da Europa e da África. Esta é a garantia de que este trabalho está se consolidando, e se necessário, poderá contar com o apoio de várias destas organizações. Um verdadeiro exemplo de economia verde numa região de fronteira agrícola, algo muito raro de se encontrar, destacou ele.

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