Sexta-feira, 1 de setembro de 2017 - 17h04
Dos mais de 300 alunos atendidos pelo Centro Técnico Estadual (Centec) de Educação Rural Abaitará, localizado no município de Pimenta Bueno, há ribeirinhos, indígenas e filhos de agricultores que, além de cursar o ensino regular do 1º ao 3º do Ensino Médio, têm a oportunidade de fazer cursos técnicos em agroecologia, agronegócio, agropecuária, aquicultura e informática, em regime de internato.
‘‘Aqui é experimentado um modelo de inclusão social. Tem filhos de prefeitos, vereadores, indígenas, estamos dando oportunidade a todos os brasileiros na igualdade de direito como é um princípio fundamental da Declaração Universal do Direito do Homem. Todos nascem iguais perante a lei e assim desta maneira que nós estamos tocando a educação em Rondônia’’, afirma o governador Confúcio Moura.
Filhos de agricultores é o público mais comum na instituição. Gente interessada em transformar as propriedades rurais em negócios lucrativos e sustentáveis. A estudante do 1º ano, Jennifer França Correa, 15 anos, é filha de vaqueiro, mora em Rolim de Moura e disse que o Abaitará provoca transformações na forma de enxergar o agronegócio. ‘‘Eles abrem a mente da gente para coisas novas, mostram que existem alternativas diferentes do que os nossos pais praticam’’, disse.
É o defende também o estudante do 2° ano Thiago Willian de Miranda, 17 anos, filho de agricultor e morador do Projeto Casulo, em Pimenta Bueno. ‘‘Percebi que a gente fazia muita coisa errada como cova, irrigação e aqui aprendemos a como corrigir isso’’. Corrigir a velha forma da produção do campo e superar a resistência dos pais as novas práticas fazem parte dos desafios dos estudantes.
‘‘Meu pai produzia com agrotóxico e eu vi que o foco da agricultura não é esse, a gente pode produzir com biofertilizantes. No começo meu pai não queria aceitar muito, mas depois ele foi vendo que é uma maneira de se produzir com qualidade e manter o ambiente saudável. Eu vi que a vida no campo é boa. ’’, conta a estudante Jayne Santos de Farias, 16 anos, que faz o curso de agroecologia.
“O que eu aprendo aqui vai ajudar minha comunidade’’, Adelnicia Oromon, aluna do Abaitará
Este ano, o Abaitará recebeu um novo público. São cerca de 50 entre indígenas e ribeirinhos, gente que não olha para a distância, mas para a oportunidade única de receber um ensino profissionalizante de qualidade e de forma gratuita. ‘‘O Abaitará é o ponto de partida na vida dos jovens, se você tem um objetivo e quer alcançar eu indico o Abaitará. Estou aqui para buscar melhorias para a propriedade do meu pai. É preciso aplicar novas tecnologias. ’’, afirma Melrian Oliveira, 15 anos a estudante do 1º ano, moradora do distrito de Nova Califónia, em Porto Velho.
O Abaitará é desde o início do ano a nova casa das indígenas Francilene Oromon, 20 anos, Adelnicia Oromon, 21, e Marinalva Oronao, 18. ‘‘O que fez vir para cá é poder aprender um curso técnico’’, disse Francilene. Adelnicia já faz planos: ‘‘O que eu aprendo aqui vai ajudar minha comunidade’’, garante. Expectativa compartilhada com Marinalva. ‘‘É muito bom, vou levar esses conhecimentos para minha família’’, conta ela.
E a intenção é que assim como elas, novos indígenas também sejam incluídos na educação rural. ‘‘O que pretendemos é ampliar porque a aceitação foi muito boa. As famílias dos indígenas estão felizes porque os filhos tiveram essa oportunidade de sair da aldeia e buscar conhecimento e levar esse conhecimento para que as aldeias possam ser autossustentáveis com foco de melhorar a qualidade de vida’’, afirma a diretora do Centec Abaitará, Eliane Cristina de Faria.
No Centro Técnico, a cultura desses estudantes indígenas é valorizada e preservada. ‘‘ O Abaitará não quer tirar esses meninos de suas raízes, de suas origens, pelo contrário, nós temos a preocupação muito grande com isso, tanto que hoje nós temos uma professora mestre em educação indígena e uma professora indígena para preservar cultura deles’’, garante.
Para o zootecnista José Tiago, a inclusão dos indígenas no Abaitará foi uma surpresa agradável. ‘‘A adequação do sistema de produção a realidade deles é muito interessante. E o que eles querem é a independência e a gente percebe que eles querem realmente aprender e levar para a comunidade deles. Essa identidade que eles estão construindo aqui na escola é de uma importância muito grande’’, avalia.
E para completar a inclusão da população tradicional na instituição, a direção do Centec Abaitará planeja novas ações estratégicas. ‘‘ Para o ano que vem nós temos a proposta de atender os quilombolas que é outro povo que precisa ser assistido. Vamos até Pedras Negras e outras comunidades quilombolas do Estado mostrar o que é o Abaitará e se eles acharem que a gente tem condição de contribuir, nós vamos fazer em parceira com o governo, Seduc, com o Idep [Instituto de Desenvolvimento da Educação Profissional de Rondônia] que é o órgão que gere hoje o Abaitará e em parceria com os empresários, nós vamos trazer esses estudantes’’, destaca a diretora.
O Abaitará hoje é um espaço democrático, onde o ensino técnico de qualidade é ofertado gratuitamente para toda a juventude rondoniense.
Fonte
Texto: Vanessa Moura
Fotos: Jeferson Mota
Secom - Governo de Rondônia
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