Sexta-feira, 30 de abril de 2010 - 16h37
JULIO OLIVAR
Amazônias
VILHENA, Rondônia — Acampados há dois dias na sede da administração da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), 76 índios de 17 etnias estão agora pressionados pela Polícia Federal a desocupar o imóvel. A PF conversou com os chefes indígenas, na tentativa de demovê-los do ato. Um grupo de servidores da Fundação está sem trabalhar. O prédio vem sendo cuidado pelos próprios indígenas e por um vigilante.
Os índios reclamam que a Casa de Saúde Indígena (Casai), mantida pela Funasa a cinco quilômetros do centro, está sem estrutura: faltam médicos, enfermeiros e material adequado para o atendimento dos doentes.
— Meu marido está jogado há quase um ano no chão, sem colchão, como se fosse cachorro — reclamou uma índia.
Apelo à população
O grupo lamenta que, só neste ano, nove índios morreram por falta de cuidados adequados. Uma mãe chegou a chorar por causa da morte de seu bebê.
— O mesmo sangue que corre na nossa veia e o mesmo ar que respiramos é o que vocês precisam. Não estamos roubando, tratamos todos com amor, mas queremos também o amor do povo da cidade. Nos ajudem — suplicou uma índia, dirigindo-se às autoridades presentes.
O secretário municipal de Saúde, Agenor de Carvalho, foi à Casai e mostrou documentos aos líderes indígenas. Ele garante que a prefeitura tem feito sua parte.
— Firmamos um convênio com a ONG Asdefal, de Cacoal (RO), que recebe R$ 114 mil da União e uma contrapartida de R$ 11 mil mensais da Prefeitura para manter médicos, enfermeiros e outros servidores da Saúde exclusivos para o atendimento da Casai — afirmou Agenor.
Os índios requerem a presença da coordenadora regional da Funasa, Alda Uchôa, para prestar esclarecimentos sobre esse convênio.
Pintura no rosto do vereador Carmozino: gesto de amizade e de comprometimento com a causa /JULIO OLIVAR |
— Não saímos daqui antes dela chegar — gritaram.
Com vereadores
Os vereadores Carmozino Taxista (PSDC), José Cechinel (PSC) e Eliane da Emater (PV) visitaram os indígenas. Ouviram do líder Odair Sabanê que, em novembro o governo federal teria repassado à prefeitura R$ 400 mil para promover reformas na Casai. As obras estão demorando apara começar. Eles querem um muro cercando a casa e melhorias no imóvel como um todo.
Os vereadores explicaram que a função deles é legislativa e que não sabiam explicar os motivos das obras ainda não terem começado. Carmozino pediu aos indígenas os termos das reivindicações por escrito e disse que responderia, também por ofício, o que teria ocorrido para a demora da sobras, previstas para iniciar no início do ano.
Em seguida, os índios pintaram os rostos deles, colocaram-lhes cocares e dançaram.
O secretário Agenor de Carvalho reiterou-lhes que as obras de melhoria na Casai já estão em processo de licitação.
— Não há qualquer possibilidade de desvio de recursos, pois o dinheiro veio da União fundo a fundo, depositado numa conta específica para recebê-lo. O papel da prefeitura neste caso é apenas o de gestor dos recursos federais — garantiu.
Segundo Carvalho, o que motivou o atraso no início das obras foi o período de chuvas. E, obviamente, a parte burocrática, que costuma levar até 120 dias.
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