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Amazônias

Instituto Chico Mendes conserva e recupera mamíferos aquáticos


No Brasil, existem duas espécies de peixes-boi – o marinho e o amazônico – ambas ameaçadas de extinção. Apesar do nome, os peixes-boi são mamíferos, da ordem dos Sirênios. A ação humana, através da caça e da poluição dos mares e rios, foi o principal fator que levou as espécies à condição de "criticamente em perigo", segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).

A perda de habitat e a degradação ambiental agravam esta situação e, além disso, as fêmeas da espécie geram apenas um filhote a cada três ou quatro anos, mais um obstáculo para o trabalho de conservação.

O Centro Mamíferos Aquáticos (CMA/ ICMBio), sediado em Itamaracá (PE), tem a função de coordenar, executar e apoiar projetos de pesquisa, conservação e manejo de mamíferos aquáticos (Sirênios, Grandes Cetáceos e Pinípedes, Pequenos Cetáceos e Toninha) e mantém o Projeto Peixe-boi. O CMA participa da Rede de Encalhe de Mamíferos Aquáticos do Brasil (Remab) e desenvolve bancos de dados nacionais e internacionais sobre pesquisas e projetos de conservação e manejo destes animais.

"O trabalho realizado pelo CMA na conservação de peixe-boi é referência nacional e internacional", destaca o coordenador-geral de Manejo para Conservação da Diretoria de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade (DIBIO/ICMBio), Ugo Vercillo. "Mas, existem outras 54 espécies de mamíferos aquáticos que requerem a atenção do Centro e, portanto, devemos ampliar sua atuação nas medidas de conservação de cetáceos e ainda contribuir fortemente para a implementação do Santuário de Baleias do Atlântico Sul", conclui o coordenador.

Resgate de animais

As instituições que compõem a Rede de Encalhes de Mamíferos Aquáticos do Nordeste (Remane), fazem o resgate de animais encalhados. "Geralmente, são filhotes que se perdem da mãe e acabam encalhando e necessitam serem resgatados. Inicialmente, caso o animal esteja saudável, faz-se uma tentativa de busca da mãe no local de encalhe. Caso não se tenha sucesso na tentativa, o animal é transferido para cativeiros do CMA/ICMBio (em Pernambuco) ou de parceiros, como a Aquasis (Ceará) e Projeto Cetáceos da Costa Branca/UERN (Rio Grande do Norte)", explica a coordenadora substituta do CMA, Fernanda Attademo.

Após um período em cativeiro, os animais reabilitados são devolvidos para a natureza e monitorados por cerca de ano. Dos 89 animais vivos resgatados pelo CMA, 36 voltaram para o habitat natural e 25 animais saudáveis permanecem em Itamaracá. Estes dados indicam 73% de sucesso na reabilitação dos peixes-boi.

Educação ambiental

Nas regiões em que vivem os peixes-boi, o CMA promove a educação ambiental nas comunidades, orientando os moradores locais sobre a importância de cuidar dos animais. "Geralmente, essas comunidades respeitam os animais. Mas, na Amazônia, a caça ainda é um problema", alerta a coordenadora substituta.

"Algumas comunidades têm a conservação do peixe-boi marinho como uma das principais fontes de renda. Entre elas, Porto de Pedras (AL) que adotou o peixe-boi como símbolo da cidade e tem uma oficina de pelúcias, além de trabalhos constantes com a comunidade", afirma Fernanda. Na Ilha de Itamaracá, o CMA é o maior atrativo e a principal fonte de renda de turismo, além de ser um dos maiores empregadores da ilha.

O Centro Mamíferos Aquáticos também faz ações de educação ambiental com estudantes de todas as idades. Mais de 9 mil alunos – de escolas e de faculdades – visitaram o CMA, em 2013. As visitas são agendadas e guias especializados acompanham os grupos. Os visitantes assistem a dois vídeos (um sobre cetáceos e outro sobre sirênios), visitam o museu e os tanques onde ficam os animais em reabilitação. Estudantes de escolas públicas são isentos de pagamento de entrada.

Os estudantes de nível superior podem ser atendidos por técnicos (biólogos ou veterinários) e visitar áreas de trabalho restritas com demonstração das atividades dos profissionais das áreas afins. Os universitários podem atuar como voluntários no CMA.

Como ajudar

Confira algumas dicas do IMBio para quem quer ajudar a proteger o peixe-boi marinho:
- Não jogue lixo nas praias e rios;
- Mantenha áreas de mangue. Elas são fonte de alimentação para os peixes-boi;
- Pratique pescas sustentáveis e artesanais;
- Trafegue devagar com embarcações nas áreas em que há ocorrências de peixes-boi;
- Se encontrar um animal encalhado, ligue para o CMA/ICMBio e evite tocar no animal.

Fonte: Instituto Chico Mendes 

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