Quarta-feira, 29 de abril de 2015 - 16h53
Buritis, no dia do temporal, em março passado; abril ainda é mês de chuvas em Rondônia /Foto Ariquemes 190
Montezuma Cruz
Março foi o mês com maior volume de chuvas na região de Porto Velho: 295,1 milímetros. Segundo o Departamento de Hidrologia do Serviço Geológico do Brasil-CPRM, em janeiro a pluviometria marcou 265,5 mm, e em fevereiro, 190,1 mm. No entanto, o fenômeno que atualmente caracteriza o chamado inverno amazônico tem ocorrido em abril, na capital rondoniense e noutras cidades do estado. Até a manhã de terça-feira (28), totalizou 256,1 mm, o volume de chuvas acumuladas no mês que termina nesta quinta-feira (30).
Na distribuição de barracas de lona, o atendimento da Defesa Civil Estadual contemplou 181 famílias alagadas em áreas de baixada em Porto Velho e distritos, 20 em Candeias do Jamari, 55 em Guajará-Mirim e 22 em Nova Mamoré. A região do Baixo Madeira recebeu 199.
A Defesa Civil transportará no próximo fim de semana para Buritis 40 toneladas de gêneros alimentícios, do armazém da Companhia Nacional de Alimentos em Cacoal. O temporal de março passado desalojou 3,2 mil pessoas em Buritis.
Esse município, a trezentos quilômetros de Porto Velho, também receberá repasse obrigatório do Ministério da Integração Nacional, no valor de R$ 237,5 mil, informou hoje o chefe da Divisão de Planejamento e Operações de Defesa Civil, primeiro tenente Artur Luiz Santos de Souza.
Caminhão da Defesa Civil levará 40 ton de gêneros para Buritis /Foto Decom
Emergência
Segundo o tenente, a Secretaria Nacional de Defesa Civil reconheceu a situação de emergência em três municípios – Buritis, Nova Mamoré e Pimenta Bueno, do total de seis municípios afetados por enxurradas, alagações, desbarrancamentos e destruição de casas, pontes e bueiros, desde fevereiro de 2015.
Buritis perdeu oitocentas casas e uma escola, teve 3,4 mil pessoas desalojadas e a prefeitura computou trezentas pontes e bueiros danificados. Em Campo Novo de Rondônia 1,2 mil pessoas foram afetadas, em sua maior parte pequenos agricultores e alunos, cujas aulas foram interrompidas durante um período. O município perdeu 14 bueiros e pontes na zona rural.
Desde dezembro de 2014, a Defesa Civil socorre famílias desalojadas e retiradas das margens do rio Madeira, em Porto Velho e distritos. Chuvas desabrigaram 34 famílias, desalojaram duzentas e afetaram outras 598 que optaram pela permanência em suas moradias no município de Ji-Paraná. Em Pimenta Bueno, a Defesa Civil totalizou 56 desabrigados e 2,4 mil desalojados. O município de Nova Mamoré teve 293 famílias desalojadas, 74 desabrigadas e 3,4 mil pessoas afetadas na zona rural e que se recusaram a deixar suas casas.
O reconhecimento da situação de emergência ocorreu no dia 13 de março em Pimenta Bueno, e nos dias 15 em Nova Mamoré, 16 em Campo Novo de Rondônia e 21 em Buritis.
“Nova legislação em vigor facilita aos gestores públicos a agilização de obras pós-enchentes, por meio do regime diferenciado de contratação, o que chamamos de RDC”, disse o tenente Artur de Souza.
Ele comentou que “o temporal em Buritis, por exemplo, ocorreu no dia 21 de março, no dia 28 foi reconhecida a emergência e no dia 16 de abril a Secretaria Nacional de Defesa Civil anunciou o repasse obrigatório”, comentou.
O apoio técnico da Defesa Civil estadual aos municípios possibilitou a elaboração de relatórios da calamidade, à exceção de Ji-Paraná. Soldados bombeiros também auxiliaram as prefeituras no socorro às famílias atingidas. Nova Mamoré e Guajará-Mirim ganharam levantamento topográfico. A reconstrução de estradas, pontes e bueiros continua sendo feita pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER).
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