Justiça mira farras e orgias com dinheiro do trabalhador

XICO NERY
Amazônias
 

PORTO VELHO, Rondônia — A Federação Interestadual dos Trabalhadores nas Indústrias nos Estados de Rondônia e Acre (Fitrac) encaminhou ao corregedor Sandro José Nunes, do Conselho Nacional do Ministério Público, denúncia de fraudes praticadas pelo servidor público federal Anderson Cláudio de Melo Machado, suposto membro de junta governativa que estava à frente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil do Estado de Rondônia (Sticcero).
 

De acordo com a denúncia, desde que assumiu uma suposta junta — composta apenas por ele — “Anderson vem promovendo festas comemorativas, mescladas com duvidosos interesses institucionais". O Sticcero é ligado à Força Sindical.
 

Para os denunciantes, o sindicalista agiu "com visível cunho político partidário", já que postula uma candidatura a cargo eletivo no pleito deste ano. Está em jogo uma receita de R$ 10 milhões anuais.
 

Cópias de documentos em poder da Fitrac, repassados ao Conselho Nacional do MP revelam que "as festas, disfarçadas de reuniões e assembléias, são regadas a bebidas alcoólicas, sorteios de prêmios, entre outras atrações".
 

Ainda conforme a Fitrac, as festas contam sempre com a presença de políticos ligados ao Partido dos Trabalhadores (PT), com o vereador Hermínio Coelho, presidente da Câmara Municipal de Porto Velho e do pré-candidato ao governo do Estado, deputado federal, Eduardo Valverde (PT).

 

Afastamento
 

Eles são acusados pela Força Sindical e Fitrac, respectivamente, de compactuarem com todas as irregularidades possíveis praticadas por Anderson Cláudio de Melo Machado. Em março, o Sticcero divulgou nota na qual afirma: (...) “Desde que a fraudulenta diretoria encabeçada pelo senhor Antônio Acácio do Amaral (presidente da Fitrac e da Força Sindical em Rondônia) foi afastada do Sticcero por ordem judicial, não houve qualquer utilização de bens e patrimônios do sindicato para fins particulares, tampouco carros” (...)
 

Assinala que “o único veículo de propriedade do Sticcero, o qual, aliás, foi adquirido pela atual administração, jamais esteve à disposição das comissões de trabalho do sindicato para outros fins que não fossem a realização de trabalho sindical”.
 

A Fitrac queixa-se de fraude nas alterações do estatuto do Sticcero:
 

— A idéia é assegurar que os atos dos acusados de solapar a entidade, puxando o tapete dentro dos tribunais passados, sejam regulamentados pelo estatuto.

TRT cassa liminar expedida pela 6ª Vara do Trabalho. Antônio Amaral segue presidente /ASSESSORIA FORÇA SINDICAL

De acordo com documentos anexados à denúncia feita pela Fitrac, "é do conhecimento de todo meio sindical, a vontade de Anderson de se manter, embora que de forma ilegal, à frente do comando do Sticcero, acobertado pelo suposto presidente eleito, Raimundo Soares da Costa, o "Toco do PT".

TRT cassa liminar que
suspendia eleição de Amaral
 

PORTO VELHO —  Decisão inédita tomada pelo desembargador federal, Shikou Sadahiro, do Tribunal Regional do Trabalho (14ª Região, AC-RO), cassou a liminar expedida pela 6ª Vara do Trabalho, nesta capital, que suspendia a eleição do líder sindical, Antônio Acácio Amaral para a presidência do Sticcero, num confronto direto de mais de seis meses com militantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), apoiada pelo pré-candidato ao governo estadual, deputado Eduardo Valverde (PT-RO).
 

Na decisão, o juiz entendeu que houve fundamento nas alegações feitas na defesa de Amaral, por meio de agravo de instrumento. Assim, destrancou o recurso ordinário e deu provimento para atribuir efeitos "ex tunc (ou seja, desde o começo da ação), revogando a liminar feita para a sentença recorrida.
 

Amazônia sapurou que a decisão do desembargador federal do Trabalho, Shikou Sadahiro, por unanimidade os magistrados da 1ª Turma do Trabalho Regional (TRT) decidiram conhecer o agravo de instrumento.
 

A decisão do desembargador transitou em julgado, sem recursos por parte do suposto presidente do Sticcero, Raimundo Soares. Ele, inclusive, está sendo denunciado à Justiça por fraude em perícia feita pelo INSS.