Juventude acreana protesta nas ruas contra a fumaça das queimadas

 
MONTEZUMA CRUZ
Amazônias

RIO BRANCO, Acre – Ao som de caixas e repiques de uma fanfarra, o Acre vê neste momento (11h20, local) uma grande passeata contra as queimadas no estado e na Amazônia. Cerca de quinhentos estudantes de escolas públicas e particulares, alunos da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e populares concentram-se meia hora atrás na frente da sede do Ministério Público Estadual, na Rua Marechal Deodoro.

– Queremos vida! Queremos respirar ar puro e natural! – gritam os participantes da manifestação. Eles convocam representantes do MPE para dialogar com os líderes do movimento e cobrar resultados da legislação estadual que proibiu queimadas no estado, em 2009. Na passeata vêem-se bandeiras da CUT e da CTB, centrais sindicais. Os estudantes gritam e assobiam.

– A causa ambiental é a causa da nossa sobrevivência – insistem no megafone. Funcionários do MPE saem do prédio para conversar com os manifestantes. Ouvem-se buzinas de veículos que não conseguem circular nessa rua, uma das mais movimentadas da capital acreana.

Atrás da passeata, motociclistas, motoristas de ônibus e demais condutores de veículos esperam pacientemente a liberação do trânsito. Vinte minutos depois, os estudantes marcham agora para a sede do governo, na Avenida Brasil. Querem ser recebidos pelo governador Arnóbio Marques, Binho (PT).

No final de semana, as massas de ar estiveram bem mais poluídas com monóxido de carbono em todo o estado. Na manhã desta terça-feira o céu ainda está encoberto pela fumaça e por fuligem, mas a situação tende a se amenizar.  Pelo menos é o que prevê o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), segundo o qual a qualidade do ar deve melhorar sensivelmente.

De acordo com o INPE, a concentração de monóxido de carbono recuou no final de segunda-feira, concentrando-se mais na região fronteiriça à Bolívia, em Brasiléia. Esta semana é de lua cheia e há expectativa do acreano em contemplá-la.