Mais da metade da população do AM em extrema pobreza mora no interior

Censo do IBGE considera extremamente pobres as famílias com renda mensal abaixo de R$ 70; essa população também é alvo de programas sociais do governo federal /MACHIPARO.BLOGSPOPT

ELIENA MONTEIRO
Portal Amazônia
De Manaus (AM)

A partir de janeiro de 2012 o Ministério da Saúde destinará R$ 50 milhões adicionais e específicos para cirurgias de catarata. Os recursos beneficiarão os municípios brasileiros que possuam mais de 10% de sua população em situação de extrema pobreza. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE), o Amazonas possui 648.694 domicílios nessa situação. Desse total, 349.923 vive na zona rural, o que corresponde a 53, 9%.

Por meio do Censo 2010, o IBGE considerou extremamente pobres, as famílias que possuem renda mensal abaixo de R$ 70.  Essa população também é alvo de programas sociais do Governo Federal. Para a Região Norte, por exemplo, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome criou o Bolsa Verde, lançado no dia 28 do mês passado pela presidente Dilma Rousseff em Manaus.  O programa pagará R$ 300 por trimestre às famílias extrativistas ou assentadas que promoverem a sustentabilidade.

Ainda segundo o IBGE, com 17% de brasileiros em extrema pobreza, o Norte perde apenas para o Nordeste que possui 59% de pessoas na situação. O presidente da Associação dos Municípios do Amazonas, Jair Aguiar Souto, questiona a metodologia da pesquisa que classificou as pessoas em estrema pobreza no estado. Segundo Jair, os assalariados sabem quantificar a renda mensal, já as pessoas que vivem do extrativismo ou da pesca não conseguem definir ao certo quanto faturam por mês. “Essa avaliação deve ser muito ampla, precisamos de um olhar mais criterioso para mensurar, pois pobreza não pode ser confundida com miséria”, ressaltou.

Jair Souto, que também é prefeito do município de Manaquiri (a 60 quilômetros de Manaus) defende a participação conjunta como ferramenta para avaliar as condições econômicas das famílias e, assim, criar políticas públicas. “As ações de desenvolvimento devem ser integradas, eu acredito que o Estado junto com os municípios já avança nisso ao longo dos anos, querendo ou não”, ressaltou.

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