Quinta-feira, 24 de abril de 2014 - 10h19
MARA PARAGUASSU
De Brasília
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados aprovou terça-feira (22), em caráter conclusivo, o Projeto de Lei 5855/13, do Senado, que assegura o registro público de nomes tradicionais indígenas.A proposta altera a Lei 6.015/13, que proíbe o registro de crianças com nomes que as exponha ao ridículo.
O deputado Padre Ton (PT-RO), coordenador da Frente Parlamentar de Apoio aos Povos Indígenas, comemora o projeto votado: “É uma iniciativa que possibilita mudanças no olhar sobre a cultura indígena, que possibilita reflexão sobre o preconceito que acaba recaindo sobre os indígenas que têm o nome de seu povo rejeitado no momento de fazer o registro”.
A relatora da proposta, deputada Sandra Rosado (PSB-RN), lembrou que a luta contra a discriminação deve ser permanente no Brasil. “Essa medida busca assegurar a igualdade de tratamento e, como tal, deve ser colocada em prática imediatamente”, disse.
O secretário-executivo do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Cleber Buzatto, apóia a iniciativa. "Cada povo tem uma língua, uma forma de nomear suas descendências. E o reconhecimento pelo Estado brasileiro desse direito dos povos de terem os seus próprios nomes registrados é importante.”
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Censo de 2010 registrou cerca de 305 povos indígenas espalhados em todo o território brasileiro.Como tramita em caráter conclusivo e já havia sido aprovado pelo Senado, o projeto seguirá direto para sanção presidencial. A proposta só será analisada pelo Plenário da Câmara se houver requerimento aprovado nesse sentido.
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