O secretário-executivo para a América Latina da Cúpula do Clima para Líderes Locais e regionais (ICLEI, na sigla em inglês), Rodrigo Perpétuo, destacou a participação da cidade de Manaus, representada pelo prefeito Arthur Virgílio Neto, na estratégia da organização para ampliar a discussão e a atuação da entidade em relação às mudanças climáticas globais. “O prefeito Arthur, aqui na COP23, reafirmou seu compromisso não somente com o ICLEI, que representa os governos locais junto à ONU, mas com o desenvolvimento sustentável. Isso é muito para nós. Significa que poderemos contar com a liderança do prefeito não só em nível regional, mas também transamazônico, com todos os países andinos e que compõem a região amazônica”, afirmou o secretário-executivo.
Para o prefeito, as mudanças climáticas globais precisam do apelo amazônico sob todos os aspectos; seja pela influência do homem nos eventos naturais, seja pela valorização do desenvolvimento da Amazônia, tendo a preservação da floresta como um dos principais objetivos. “Manaus pretende transformar, de fato, a Amazônia numa questão do país. O ICLEI reúne os principais líderes locais e regionais do planeta e Manaus pretende ser protagonista no apelo técnico, cientifico e político para que nós possamos alertar o Brasil e o mundo sobre a importância de prevenirmos as graves mudanças climáticas que têm acontecido no mundo. Se nada for feito, a temperatura em alguns países deve chegar aos 70 nos próximos anos, impossibilitando a vida humana num ambiente desses”, destacou Arthur.
A delegação de Manaus participou dos painéis que apresentaram questões relacionadas às mudanças climáticas em diversos continentes do mundo, além de boas práticas de governos locais. O prefeito de Bonn, cidade anfitriã do evento, Ashok-Alexander Sridharan, que também é primeiro vice-presidente do ICLEI, declarou que estará em breve no Caribe e poderá estar também em Manaus. O grupo de Manaus é coordenado pelo prefeito Arthur Virgílio e tem participação da primeira-dama e presidente do Fundo Manaus Solidária, Elisabeth Valeiko Ribeiro; do secretário municipal de Limpeza Urbana, Paulo Farias, e do secretário municipal de Comunicação, Eric Gamboa.
O secretário-executivo do ICLEI afirmou que a questão do clima global pode parecer muito distante da vida cotidiana do cidadão comum, mas, segundo ele, não está. “Nós estamos falando de abastecimento de água, estamos falando de inundações, situações de chuvas intensas, estamos falando de gestão de resíduos sólidos também. Estamos falando de como construir melhor nas cidades aproveitando sistemas de energia mais eficientes e o reuso da água. Um conjunto de medidas ligadas à mobilidade urbana e essas medidas impactam e estão decisivamente ligadas à vida dos cidadãos que habitam nossas cidades”, destacou.
Perpétuo também destacou que os prefeitos e as autoridades locais têm o papel e a responsabilidade de traduzir o tratado global, que é o Acordo de Paris, o acordo do clima, para as situações reais do dia-dia de cada cidadão. “Esta implementação do Acordo de Paris depende fundamentalmente do compromisso dos prefeitos e da compreensão dos prefeitos em relação a seus papéis e protagonismo frente às mudanças climáticas”, finalizou.
Neste sentido, o prefeito Arthur Virgílio Neto explicou que Manaus precisa ser muito ajudada para colaborar com a estratégia mundial de mitigação das mudanças climáticas. “Precisamos alertar que quanto mais nossa cidade receber ajuda para o seu desenvolvimento, forças estarão dando à preservação da floresta. É o que digo em todas as minhas falas: que a Zona Franca de Manaus é reconhecidamente útil para o clima do mundo pela OMC porque mantém a floresta em pé”, alertou.
Programação
Ainda na Conferência do Clima, o prefeito de Manaus participará de uma mesa onde falará dos investimentos na cidade e projetos desenvolvidos em parceria com o Banco Mundial. Nesta segunda-feira, 13/11, o prefeito também terá reunião com o representante do escritório das Nações Unidas para o Clima onde será discutida a renovação do contrato de controle das emissões de gases do efeito estufa. Atualmente, a Prefeitura de Manaus gera créditos de carbono com o projeto desenvolvido no aterro sanitário municipal, aferido pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Fotos: Semcom