Sábado, 13 de novembro de 2010 - 19h35
Parecem água e azeite: rios Solimões e Negro tentam se misturar, mas o esforço é em vão /SEFAZ AM |
ADRIANA DAVID
Diário do Comércio (SP)
MANAUS, Amazonas – Ir a trabalho para Manaus, capital do Amazonas, pode ser muito prazeroso. Conciliar os eventos e reuniões com lazer é uma opção para os milhares de executivos que viajam à quente e úmida cidade brasileira. Há várias alternativas de passeio dentro ou nas proximidades do perímetro urbano.
A mais diferente é o Encontro das Águas, em que o turista é levado a ver os Rios Solimões e Negro se unirem. Eles tentam se misturar, mas todo o esforço é em vão. Avistando do alto de um barco da Amazona Explorer, que opera o passeio, em alguns momentos a visão é de uma linha retilínea, em outros, as águas dos dois rios formam várias curvas, como se estivessem brigando.
A mistura não ocorre por conta das diferenças de temperatura, densidade e velocidade dos líquidos. O Rio Negro corre de dois a três quilômetros três quilômetros/hora e é mais quente, sua temperatura oscila entre 25 e 26ºC. Já o Solimões tem velocidade de oito a nove km/h e fica em torno de 21ºC.
Além do programa emblemático, o barco vai até o lago das vitórias-régias. O turista desembarca, passa por um restaurante flutuante, onde experimenta peixes dos rios amazônicos, e por uma lojinha de artesanato, repleta de lembranças. Depois, caminha por uma passarela de madeira entre árvores, no melhor estilo “estou na floresta amazônica”. Espécies bem altas e o frescor faz você esquecer do calorão de Manaus. Então, avista-se a infinidade de vitórias-régias, novas e velhas. E o guia dá todas as informações: a melhor época para apreciá-las é em maio, quando mais florescem.
Cada vitória-régia dura cerca de dois meses aberta. Sua flor pode ser branca, rosa e vermelha, mas em três dias morre /JARDIM BOTÂNICO RJ |
Vitória-régia, palafitas e jacarés
São plantas que chegam a medir até dois metros de diâmetro e suas bordas, 40 cm de altura. Suportam de 15 a 20 kg espalhados em toda sua superfície. Cada vitória-régia dura cerca de dois meses aberta. Sua flor, que só abre à noite, pode ser branca, rosa e vermelha, mas é vista por pouco tempo, em três dias morre.
Ao longo dos rios, o turista visualiza casas em palafitas, comunidades flutuantes e passa por igarapés, que são as florestas inundadas. Nesses locais, vivem jacarés-açu, a maior espécie, que alcança seis metros. Bichos como esse também podem ser vistos no passeio da pescaria de piranha e na focagem de jacaré, que começa após as 15h e se estende até as 20h. A própria Amazon Explorer oferece o programa, mais procurado nos fins de semana pois grande parte dos turistas é de executivos que trabalham até o fim da tarde.
Outra razão é o custo. O passeio precisa de, no mínimo, duas pessoas e custa cerca de R$ 280. Se for formado um grupo de quatro pessoas, cai para quase R$ 200. Além da focagem do animal, o turista pode segurar um. Talvez seja esse o ponto alto da viagem.
Mas se não houver coragem ou interesse em interagir com o jacaré, ou o tempo for curto para fazer o passeio, uma alternativa é conhecer alguns animais da região amazônica no Bosque da Ciência, na cidade. Lá tem jacaré-açu e jacaré-tinga, que medem até 6 metros e 2 metros, respectivamente. Tem também o peixe-boi, aliás, uma família inteira, ariranha, macaco-parauacu, peixe-elétrico e outras espécies. Há ainda um museu que abriga a maior folha coletada na Amazônia. Foi retirada da árvore coccoloba em 1993 no Parque Nacional do Jaraú, em Rondônia.
Beleza arquitetônica
Caesar Business Manaus: hotel quatro estrelas para profissionais de nível gerencial recebeu investimentos de R$ 55 milhões /DIÁRIO DO COMÉRCIO |
Quer passear mais? Manaus tem o lindo e antigo Teatro Amazonas. Sua cúpula reúne 36 mil peças em cerâmica esmaltadas e telhas vitrificadas, vindas da França. Por sinal, 96% do material usado na construção é proveniente da Europa, como o lustre de murano da Itália, a nogueira portuguesa, o bordô francês e o carvalho italiano, estes três últimos utilizados para o piso do Salão Nobre, tombado em 1966.
Se não puder conhecê-lo por meio das visitas guiadas durante o dia, assista a espetáculos de dança, ópera ou concerto custeados pelo Estado da Amazônia desde 1997. Quase que diariamente, às 20h, há apresentações. Em algumas épocas, também são promovidos festivais de cinema e de jazz.
Na Praça São Sebastião, onde está o teatro, vá ao tradicional Tacacá da Gisela e não deixe de provar esse prato à base de tucupi, mandioca e jambu. Curioso para conhecer o mercado central? Não se decepcione, ele está sendo restaurado e não tem data certa para a reabertura. Especiarias, artesanato e peixes estão sendo vendidos em local ao lado de modo improvisado, os últimos em carriola (carrinhos de pedreiro). Os vendedores dizem que não tem problema e mesmo assim vale dar uma espiada.
Grupo Posadas aposta no Norte
Com a expansão econômica de Manaus, aumenta o número de companhias instaladas na cidade. Assim, a oferta de boas acomodações hoteleiras também tende a crescer para atender a um mercado em que a taxa de ocupação está em quase 80%.
O hotel Tropical Manaus, tradicionalíssimo, já não é mais a única opção de boas instalações na capital amazonense. Unidades das redes Ibis, Mercure e Comfort, reconhecidas mundialmente pelo padrão, já se instalaram na cidade. E recentemente, o grupo latino-americano Posadas abriu as portas do Caesar Business Manaus, um quatro estrelas voltado a profissionais de nível gerencial acima, que recebeu investimentos de R$ 55 milhões.
O empreendimento fica a 10 km do aeroporto e a 20 minutos do distrito industrial, onde se concentra uma das maiores riquezas econômicas do Brasil por causa da Zona Franca. As negociações levaram quatro anos e há possibilidades de novas unidades no Norte do País. “O grupo escolheu se instalar na cidade por ter planos de expansão na região e em outros países da América do Sul, como Chile, Uruguai, Argentina, Colômbia e Peru”, disse o diretor-geral do Posadas, Francisco Gutierrez.
Aberto em sistema de soft opening em julho, em dois meses o hotel obteve taxa de ocupação de 45%. É a primeira vez que a Engeco, incorporadora manauense especializada em edifícios residenciais de luxo e industriais, constrói um hotel. Segundo o diretor-administrativo, Maury Guerreiro, 75% do mercado hoteleiro em Manaus atende a área de negócios. Os executivos da companhia perceberam que havia carência no segmento. “Queríamos trazer qualidade ao empreendimento, por isso pensamos na parceria com o Caesar Business”, afirmou.
E o que significa qualidade para executivos? A Engeco considera um bom chuveiro, piscina e academia com vista para a cidade, um restaurante com padrão de qualidade (regional ou internacional), e atendimento eficiente e simpático. O Caesar Business Manaus tem tudo isso e, com exclusividade entre os hotéis do município, oferece tecnologia wi-fi gratuita no Business Center.
SERVIÇO
Caesar Business Manaus: Avenida Darcy Vargas nº 645, tel. (92) 3306-4700, www.caesarbusiness.com. A partir de R$ 192, com café.
ONDE COMER
Restaurante Banzeiro: Rua Maceió, 444, tel. (92) 3232-7468. Para comer uma saborosa costela de tambaqui. Tacacá da Gisela: Praça São Sebastião, centro. Tradicional tacacá na cidade.
FAÇA AS MALAS
Vacina: é obrigatória contra febre amarela, pelo menos dez dias antes da viagem.
Mais informações no www.anvisa.gov.br
Onde comprar artesanato: Central de Artesanato Branco e Silva, Rua Recife, 1999.
Passeios: com a Amazônia Explorers. Telefones (92) 3232-3052 e 3652-1128.
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