Manaus valoriza hortaliças sem agrotóxicos

AMAZÔNIAS
Com Assessoria do Musa

MANAUS, Amazonas — “Saberes e Sabores”, um projeto que busca aliar proteçãoà natureza e renda, traz novo sabor para a mesa amazônica. Promovido numa parceria entre o Museu da Amazônia (Musa) e Associação de Moradores e Agricultores da Comunidade do Uberê do Puraquequara (Amacup), o projeto tem como foco principal a produção das chamadas hortaliças não-convencionais.

— Existem muitos tipos de hortaliças que nós conhecemos através dos nossos pais e avós, mas que não fazem parte da culinária cotidiana porque nunca tiveram uma produção voltada para os consumidores das cidades. São o que chamamos de hortaliças não-convencionais – explica a coordenadora do projeto, bióloga Ana Catarina Jakovac.

Segundo Catarina, a produção das hortaliças do “Saberes e Sabores” é feita de forma agroecológica, sem uso de agrotóxicos.

— Muitas espécies cultivadas são nativas da Amazônia e por isso podem ser facilmente produzidas de forma orgânica. Além disso, elas são muito nutritivas e podem complementar a alimentação, agradando aos mais diversos paladares — relata.

As hortaliças chegam agora à mesa do consumidor através de duas feiras que ocorrem aos sábados:

 
• Feira do CIGS – Avenida São Jorge nº 750, Bairro São Jorge – 7h às 12h

• Feira do MAPA – Avenida Maceió nº 460, Adrianópolis – 9h às 18h

Quem visitar as feiras ainda leva para casa um folheto com informações sobre as hortaliças não-convencionais e seu modo de preparo. A próxima no Mapa será no dia 12.

Do sonho à realidade

O projeto “Saberes e Sabores” começou em novembro de 2009 e tem o apoio do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e do Instituto Federal do Amazonas. As atividades se desenvolvem no Assentamento Água Branca. Criado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) há 20 anos, o local tem mais de 80% de sua área coberta pela floresta nativa, formando um importante corredor ecológico entre a Reserva Florestal Adolpho Ducke e o Lago do Puraquequara, na zona leste de Manaus.

José Rodrigues, um dos produtores envolvidos, resume a importância da parceria para os agricultores. "O projeto inicial era para que, em até 10 anos, estivéssemos produzindo de modo sustentável e em consonância com a proteção do meio ambiente. Assistência técnica do Musa nos adiantou 5 anos de trabalho, é a realidade de um sonho."

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