Quarta-feira, 1 de janeiro de 2014 - 16h08
MONTEZUMA CRUZ
Amazônias
Mandioca, a raiz milenar amazônica, é o tema do município litorâneo de Maricá (RJ) na primeira quinzena de fevereiro próximo. O evento mostrará pratos da região norte brasileira nesse município com Produto Interno Bruto de R$ 7,9 mil per capita (por pessoa), situado a 60 quilômetros do Centro do Rio.
Segundo o cozinheiro Edegar Nascimento, que há quatro décadas estuda e aplica conhecimentos da planta, os resultados de seu trabalho tem sido apreciáveis. “Criei um prato que denominei maniocaçu, e ele se tornou o meu evangelho”, diz entusiasmado.
Nascimento esteve diversas vezes na Amazônia Brasileira, atendendo à cozinha para responsáveis por filmagens. Ultimamente, conforme ele explica, busca contato com outros divulgadores do uso e da multiplicação dos derivados de mandioca. “É uma santa raiz, e em Maricá começa a funcionar o Núcleo Veredas de Darcy, que tem a mani como emblema e fluído”.
Nascimento convidou Amazônias para o evento, cuja programação divulgará até meados de janeiro. Com ele, empenhou-se o filmaker e fotógrafo Lula Araújo.
Receita de Edegar Nascimento
750 gramas de mandioca
250 g de queijo da região
1 litro d’água
Sal a gosto
● Cozinhar a massa na água e sal.
● Quando macia reservar e ralar o queijo de modo grosseiro.
● Amassar a massa com auxílio de um garfo rígido, descartando a fibra central
● Juntar a massa ao queijo e torná-la homogênea.
● Levar a mistura a uma frigideira não aderente, ligeiramente untada
● No fogo baixo e com auxílio de uma espátula, formar um disco alto.
● Ao observar que há uma crosta na face inferior, virar com auxílio de um prato ou tampa de panela.
● Deixar formar crosta na outra face e servir com o molho que lhe apetecer.
Brasileiríssima
Segundo estudos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a mandioca (Manibot esculenta Crantz) tem um DNA que indica mais de dez mil anos e é originária da região do Alto Madeira, na Amazônia. Atualmente está presente em mais de 150 países.
A mandioca só começou a ser conhecida a partir das narrativas do escrivão português Pero Vaz de Caminha, em cartas ao Rei de Portugal. Caminha disse: “Eles (indígenas) não lavram nem criam. Não há aqui boi, nem vaca, nem cabra, nem ovelha, nem galinha, nem qualquer outra alimária que acostumada seja ao viver dos homens. Nem comem senão desse inhame”. Mesmo só comendo inhame, os índios lhe pareciam “tão rijos e tão nédios que o não somos nós tanto, com quanto trigo e legumes comemos”.
Inhame, os portugueses conheciam da África. Embora com nome africano (iouruba iyã) ele já dava também nos olhos d’água brasileiros. A folha, se enrolada em cone, fica boa para apanhar a água, que prateia. E o bulbo é bom, cozido com carne ou frito em rodelas finas. Mas o descrito por Caminha “era, indiscutivelmente, a raiz da mandioca”, conforme relato de Câmara Cascudo na História da Alimentação no Brasil. (M.C.) Conheça outras receitas aqui |
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