Sexta-feira, 12 de abril de 2013 - 12h11
Diego Gurgel
A cultura Yawanawá será destaque no Salão de Design de Milão na Itália, que teve início hoje (9) e se estende até o dia 14 deste mês, com Exposição ‘Yawanawá, a força da floresta’ que é coordenada pelo arquiteto Marcelo Rosembaum, famoso pelo quadro do Caldeirão do Huck “lar doce lar”.
O evento acontece no espaço Brasil S/A localizado no Palazzo dei Giureconsulti, e traz luminárias inspiradas no Kenês e na cultura Yawanawá.
A vinda de Rosembaum ao Acre se deu graças a um convite pessoal da Primeira Dama do Estado, Marlúcia Cândida na mesma feira no ano passado. Aceitando o convite, ele veio ao festival Yawanawá onde conheceu a vasta cultura dos povos do rio Gregório, o que o inspirou a fazer uma parceria com o estúdio brasileiro La Lampe, conhecido mundialmente pelos designs criativos e exclusivos de luminárias.
Finalizadas pela La Lampe, as peças serão vendidas nas 11 lojas da marca e 80% do valor delas voltará à comunidade indígena.
Toda esta iniciativa teve o apoio do Governo do Estado do Acre através da Setul e Gabinete Civil, como na logística do grupo de 30 pessoas que vieram para Aldeia Nova Esperança, em Tarauacá em janeiro deste ano, para dar início às concepções das peças que chamaram a atenção no Salão de Design de Milão.
Para a Secretária de Turismo e Lazer, Ilmara Lima, que esteve presente na abertura da exposição, é importante que os próprios indígenas estejam inseridos no processo de produção, e não apenas serem ‘inspiração’ - “A participação deles no início da produção das peças, é uma forma de mostrar que o produto veio direto das mãos daqueles que dominam as técnicas, e de que a maior parte dos lucros sejam deles” comenta Ilmara.
Olhando para as peças, percebem-se claramente a reprodução dos mitos indígenas com os Kenês, desenhos que representam histórias, animais e plantas sagradas. Um exemplo disso, é a extraordinária Luminária Runuãkenê, uma trave com malha de miçangas, de 2,20 x 0,80 m inspirada na ‘malha da Jibóia’, serpente sagrada para os yawanawá e outras etnias.
Segundo o Marcelo, eles aplicaram a belíssima geometria e cores usadas nas pulseiras em luminárias, dando origem à peças exclusivas. “Não ganho um centavo com a venda. Meu objetivo é tornar nosso artesanato reconhecido e valorizado, e não tratado como suvenir” diz Marcelo.
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