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Moratória deve reduzir ameaças aos botos da Amazônia


Com o objetivo de reduzir a matança de botos e jacarés, usados como isca para atrair cardumes de piracatinga (Callophysus Macropterus), uma decisão interministerial decretou a moratória de cinco anos para a pesca da espécie, um peixe liso conhecido como urubu d’água, na região amazônica. A moratória entra em vigor a partir de janeiro de 2015.

O decreto foi assinado na últma quinta-feira (22) pelo ministro da Pesca e Aquicultura, Eduardo Lopes, em conjunto com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Os dois órgãos vão estudar alternativas para a retomada da pescaria, futuramente. A moratória ampara a pesca de subsistência. O pescador poderá capturar até cinco quilos de piracatinga, por dia, para consumo.

Para o diretor executivo da Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa), Jone César Silva, a decisão é uma vitória para Ampa, para todas as instituições parceiras e, principalmente, para os botos. “Conseguimos deixar claro para esses ministérios as consequências da pesca da piracatinga sobre a população de botos-vermelhos, nos últimos anos. Vamos utilizar estes cinco anos para realizar novos estudos sobre a viabilidade populacional dos animais, pesquisa com iscas alternativas para pesca da piracatinga e estudos sobre os conflitos que existem entre o homem e o boto-vermelho”, comentou Silva.

Estudos apontam que a mortalidade decorrente de interações com atividades de pesca tem se tornado uma ameaça em toda distribuição do boto-vermelho (Inia geoffrensis), que está classificado como "Dados insuficientes" pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) e aparece no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. O número de registros de mortes causadas por emalhe acidental em redes de pesca e por agressão intencional por parte de moradores locais tem crescido no decorrer dos anos.

De acordo com registros do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) e da Ampa, desde 2000, o boto-vermelho é morto para servir como isca para a pesca da piracatinga. A pesquisa apontou que 10% da população de boto-vermelho, estudada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, vem diminuindo todo ano.

Desde então, os esforços para cessar essa prática ilegal começaram. Em 2011, foi criado, pela Ampa e pelo Inpa, um dossiê denominado Alerta Vermelho para servir como documento oficial de relato da problemática dos botos da Amazônia. No ano seguinte, o Ministério Público tomou conhecimento do problema, por meio de denúncias. A partir de junho, do mesmo ano, instaurou-se inquérito civil público para investigar a prática de matança de botos-vermelhos para servirem como isca por pescadores.

Fonte: Ministério de Ciência e Tecnologia

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