Domingo, 6 de fevereiro de 2011 - 16h47
Carroceiro da floresta, da coleção do Stichting van Surinaams Museu, de Paramaribo /AUGUSTA CURIEL, Wikimedia Co |
DIEGO SANTOS
Agência Museu Goeldi
BELÉM, Pará – Durante 24 meses, o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), o Musée des Cultures Guyanaises (MCG) e o Stichting Surinaams Museum (SSM), trabalharão em conjunto. A idéia é conectar os acervos etnográficos dessas instituições e permitir a difusão cultural e científica, bem como a própria formação dos funcionários que lidam diretamente com essas coleções. Espera-se, inclusive, a elaboração de um thesaurus trilingüe – repertório alfabético de termos utilizados em indexação e classificação de documentos – e de um catálogo online.
As metas são ousadas, mas o pontapé inicial foi dado no mês de janeiro, quando da solenidade de abertura do projeto, intitulado Museus da Amazônia em Rede (Musées d´Amazonie em reseau). Fruto de uma iniciativa do MGG, o “Museus da Amazônia em Rede” é um projeto elaborado para durar dois anos, buscando aproximar os museus do Planalto das Guianas. Cada Museu possui coordenadores responsáveis. Lucia Hussak van Velthem, pelo Museu Goeldi; Katia Kukawka e Evelise Bruneau, pelo Musée des Cultures Guyanaise; e Laddy van Putten, pelo Stichting Surinaams Museum.
Marie-Paule Jean Luis: "Apenas o primeiro passo" /DIEGO SANTOS |
O evento, que aconteceu no prédio da Rocinha, no Parque Zoobotânico do Goeldi, contou com a participação de mais de 40 convidados e reuniu representantes dos três museus envolvidos, além de convidados do Musèe Franconie de Caiena, na Guiana Francesa, do Museu Kuahí, do Oiapoque, Amapá; e de Márcio Meira, presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai).
“O objetivo do projeto Museus da Amazônia em rede é estruturar a cooperação entre os museus do Planalto das Guianas, levando em conta, no domínio patrimonial, o caráter trans-fronteiro da maior parte das populações da região, no intuito de documentar e difundir suas produções culturais”, resumiu o diretor do Museu Goeldi, Nilson Gabas Jr., durante a cerimônia de abertura.
Metas e expectativas
Inicialmente, a Rede conta com esses três Museus que, além da proximidade geográfica, preservam acervos que se assemelham, sobretudo no que diz respeito à origem culturalindígena, representada pelos povos indígenas Wayana, Aparai, Tiriyó, Wajãpi, Galibi, Parikwene e também pelos businenges, também chamados de marrons – população descendente dos escravos fugidos das plantations da Guiana e do Suriname –, os Saamaka, Ndjuka e Aluku, por exemplo.
Futuramente pretendem expandir a idéia para outros museus nos três países, informa a diretora do MGG, Marie-Paule Jean-Louis. “Nós começamos com esses três museus, que têm coleções semelhantes. Ao final, vamos ter um banco de dados e teremos que examiná-lo e ver se está tudo certo. Para ir adiante, esperamos nos associar a outros museus. Este é apenas o primeiro passo, no qual também planejamos organizar mais seminários como esse”.
O evento aconteceu no Campus do Goeldi. Há previsão de atividades em Saint-Laurent-du-Maroni e em Saint-Georges-de-l'Oyapock. Para odiretor do Museu Kuahí, Sérgio Santos, essa é uma ótima oportunidade de adquirir conhecimento e melhorar o trabalho no Museu que administra. “Viemos aqui tanto para aprender, quanto para mostrar o trabalho científico que desenvolvemos na nossa instituição. Essa é uma excelente iniciativa”, ele explica.
Museus da Amazônia em Rede foi concebido para durar dois anos, visando à aproximação entre os museus do Planalto das Guianas / WIKIMEDIA COMMONS |
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