Quinta-feira, 19 de agosto de 2010 - 17h05
Bicampeão fronteiriço já cria raizes no folclore fronteiriço. Apesar das dificuldades, a festa se aproxima da fama da maior de todas, em Parintin (AM) /DIVULGAÇÃO |
XICO NERY
Amazônias
GUAJARÁ-MIRIM e PORTO VELHO, Rondônia – Sem política midiatizada, a 16ª edição do Festival Folclórico de Guajará surpreendeu. Foi um espetáculo para um público exigente – nativos da região – e um momento de glamour para turistas e autoridades governamentais que não precisaram justificar o incentivo reclamado há quase uma década e meia pelas agremiações e pela população.
Por meio de suas vozes, brio e luta, dirigentes do "Flor do Campo" e de "O Malhadinho", outra vez mostraram a que vieram no Bumbódromo Aderço Mendes da Silva, inaugurado há dois anos. Na arena, inspirado pela professora Georgina Ramos da Costa, paraense de Itaetuba, o “Flor do Campo” encontrou nas duas noites de espetáculo o tom certo para gritar: "Nosso bumbá é campeão, de novo!", em meio à multidão, domingo passado.
Com 1.164 pontos contra 1.155 dados do concorrente, o "Vermelho e branco" sagrou-se o grande vencedor do "Duelo da Fronteira". Antevia-se esse resultado. O outro boi desperdiçou quase duas horas do tempo de entrada na arena, lembrou Georgina a Amazônias.
– Foi uma vitória de todos, do povo do Tamandaré e dos que fazem nosso boi – disse.
O boi vitorioso nasceu em 1981, numa das salas da Escola Estadual Almirante Tamandaré, fruto dos esforços e sacrifício de Georgina e apoiadores. Antes levou o nome de "Famosinho", feito de sucatas, um boi de enfeites, papel, pano (murim), cipó, carcaça de resíduo sólido (ferro, madeira e estopilhas), cola e papelão encontrados nos armazéns e mercearias da cidade.
No início, se apresentava na escolas e arredores da cidade de Guajará nas festas juninas.
– Eram momentos de confraternização e a cidade experimentava novos tempos com o comércio forte e gente que dava nas canelas, por causa dos bolivianos e visitantes endinheirados –, lembra um brincante.
Depois o “Famosinho” se transformou em “Flor do Campo", por causa de suas raízes paraenses. Lá, Georgina só olhava os bois, as cirandas, pastorinhas e as quadrilhas com autorização dos pais. Quando chegou em Guajará, professora, sentiu a necessidade da volta ao passado:
– Além de várias tentativas de preservar a cultura amazônica, de
cidi pela criação do boi. E deu certo. Muitos foram os colaboradores do projeto: o professor Ernesto Mito, dona Maria de Nazaré, Valcedy Santos Paes e a Tia Lulu e sua agulha mágica. Ela fazia as fantasias e ajudou na confecção do do saudoso "Formosinho" e hoje Flor do Campo.
No início, se apresentava no estilo do Bumba-meu-boi do Maranhão (boi de matraca e boi de orquestra). Apesar da interrupção do antigo Festival Folclórico da Pérola do Mamoré por quase uma década, a agremiação sobreviveu e hoje tornou-se um boi competitivo.
Parceria recusada
Este ano, o evento recebeu a chancela da Biblioteca de Interação da Amazônia (BIA), entidade sem fins lucrativos. Contou com o apoio das Associações Folclóricas dos Bois Bumbás Malhadinho e Flor do Campo, com o aval de um servidora do Fórum Desembargador Nelson Hungria, acusada de ter influenciado as agremiações a não aceitar os parceiros de antes.
Foi assinado um termo de gestão, no qual "os bois outorgam à BIA poderes para a realização do "Duelo da Fronteira". Em nenhum momento a prefeitura do município foi convidada ou a qualquer servidor de Secretaria Municipal de Cultura e Turismo.
– Em qualquer situação, o prefeito Atalíbio José Pegorine, o secretário Dayan Saldanha ou outras autoridades do município foram convidadas a contribuir, opinar ou ao menos serem informados de tal termo de gestão – lamentou um importante folclorista, que preferiu o anonimato. Segundo ele, a prefeitura teria enviado projetos e solicitações, mas os responsáveis pelo evento recusaram a ajuda, principalmente da senadora Fátima Cleide (PT).
– Ela foi uma importante parceira dos bois nos festivais anteriores. Significa dizer que privatizaram o “Duelo da Fronteira".
COMENTÁRIO ENVIADO POR: Erick Allan da Silva Barroso
Data do Envio: 20/08/2010 - 12:03:36
Nome: Erick Allan da Silva Barroso
Assunto: Contato feito através do site da Gente de Opinião - Amazônias
Mensagem: Venho manifestar veemente contestação às levianas afirmações expostas na matéria do jornalista XICO NERY, sobre o "Duelo da Fronteira" deste ano, no que tange à suposta "Parceria Recusada".rnrnPrimeiramente, cumpre salientar que todas as informações sobre a parceria entre os Bumbás, "Flor do Campo" e "Malhadinho" e a B.I.A. foram exaustivamente expostas na imprensa local, e a parte da imprensa estadual verdadeiramente entusiasta do espetáculo.rnrnNão obstante, na condição de advogado da Associação Folclórica e Cultural do Boi Bumbá Flor do Campo, esclareço:rnrnSão de total leviandade as afirmações, supostamente feitas pelo citado "importante folclorista" (?).rnrnPrimeiramente, dos ditos parceitos de antes, a prefeitura municipal desde meados de fevereiro do corrente ano, deixou claro que não contribuiria (em pecúnia) para a realização do Festival.rnrnQuanto ao governo do Estado, efetivou a promessa de um repasse, na razão de R$ 150.000,00 para cada agremiação, no entanto, o projeto ficou "engavetado" na PGE até a data limite para o repasse da verba, por final, em um português claro: Não deu nenhum centavo!rnrnAssim, as agremiações, que são entidades sem fins lucrativos e todos os anos precisam sair com o "pires na mão" para realizar, como bem dito, uma das maiores manifestações culturais da região, diante do descaso do poder público buscaram o que já deveriam ter buscado há muito tempo: A independência.rnrnImportante salientar, que a prefeitura municipal não contribuiu e nem contribuiria para este Festival, tanto que sequer repassou, às Associações, valores de um convênio celebrado com o governo do estado no ano passado, ou seja: se não paga, injustificadamente, dinheiro dos Bois (provenientes do governo estadual) há mais de um ano, como contribuiria para o festival deste ano?rnrnEm suma, a única ajuda oferecida, pela prefeitura e pelo governo do estado, neste ano, foi a institucional.rnrnA Secretaria de Cultura Municipal, principalmente o seu Secretário, Dayan Saldanha, com todas as limitações engajou-se, nos últimos dias para a realização do evento.rnrnO Governo do Estado, exclusivamente através da SECEL, ofereceu uma precária estrutura de arquibancadas e camarotes, o que foi recusado em razão da BIA, 02 meses antes da ofertar, ter contratado toda a estrutura. Por derradeiro, A SECEL patrocinou a vinda e hospedagem dos jurados e também deu suporte institucional ao Festival.rnrnQuanto à parceria com a BIA, rendeu frutos, a prova maior já foi vista por todos: O melhor de todos os festivais.rnrnAdemais, é risível a afirmação de que: "privatizaram o “Duelo da Fronteira".rnrnTal ilação demonstra a pouca cultura do informante, pois, como é cediço, só se privatiza algo que pertança ao poder público, o que não é o caso , já que o "Duelo da Fronteira" é dos Bois.rnrnO que foge a estes fatos são meras fofocas, aliás, é lamentável que jornalistas se prezem a publicá-las, sem antes verificar sua autenticidade.rnrnPor derradeiro, seria de bom senso que o ilustre jornalista fizesse as devidas retificações, afim de manter a credibilidade que certamente possui.
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